A Lupatech, empresa de equipamentos e serviços do setor de petróleo e gás, enviou um comunicado ao mercado, ontem, negando haver qualquer informação que justifique a alta da ação ordinária da companhia, nos últimos dias. Na semana passada, após o feriado do dia 1º, o papel acumulou valorização de 27,27%, segundo dados da Economática.
No pregão de ontem, a ação seguiu em forte alta. Os papéis fecharam em alta de 3,8%, a R$ 2,18. Por volta das 15h, o papel chegou a subir 11,9% e o movimento perdeu força no fim da tarde.
No comunicado, a Lupatech disse que "não tem conhecimento de fato que justifique o comportamento das ações de emissão da companhia nos pregões realizados nos últimos dias, não havendo, igualmente, nenhuma informação não adequadamente divulgada ao mercado pela Companhia".
Analistas contatados pelo Valor, que preferiram não se identificar, enxergaram o desempenho do papel nos últimos dias como anormal. Não apenas a alta súbita foge da normalidade, mas também o volume negociado.
Neste ano, até o pregão de sexta-feira, o volume médio diário negociado de Lupatech foi de R$ 1,89 milhão, ante uma média de R$ 640 mil em dezembro, ainda segundo dados da Economática.
Os analistas não souberam informar o que pode ter causado a alta, mas levam em consideração a possibilidade de estar sendo negociada alguma operação de impacto, como uma fusão, aquisição ou até fechamento de capital da companhia. Eles relatam ainda uma grande dificuldade em entrar em contato com a empresa e obter informações com o departamento de Relações com Investidores.
Em dificuldades desde a crise financeira, no fim de 2008, a Lupatech vem passando por uma restruturação para se manter no mercado. No ano passado, a empresa realizou uma operação de aumento de capital que captou R$ 376 milhões e mudou sua estrutura acionária. Foi incorporada a San Antonio Brasil (SABR) e foram vendidos ativos considerados "pouco estratégicos" ligados a metalurgia. A estratégia da empresa é focar em serviços, atividade mais rentável que a fabricação de equipamentos.
A Lupapar, holding que era a maior acionista da companhia, hoje detém cerca de 6% de participação. BNDESPar e Petros, que lideraram a capitalização, têm respectivamente 31% e 24,5%. GP Investimentos, que entrou via incorporação da SABR, tem 16%.
Ainda assim, a situação da empresa segue delicada. No último balanço divulgado, referente ao terceiro trimestre de 2012, a empresa apresentava um endividamento total de R$ 1,42 bilhão. (AF)
Fonte: Valor Econômico/ De São Paulo
PUBLICIDADE