Sério Bueno, de Porto Alegre
A Lupatech anunciou ontem a assinatura de um contrato de R$ 150 milhões com a Petrobras para o fornecimento de revestimentos internos em fibra de vidro contra corrosão de tubos de aço utilizados na exploração e produção de petróleo e gás. O negócio foi fechado por um período de três anos e pode ser renovado por igual período, informou o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa com sede em Caxias do Sul (RS), Thiago Alonso de Oliveira.
Segundo o executivo, o trabalho - que ainda não está relacionado à exploração da camada pré-sal - vai começar no mês que vem na unidade Lupatech Fiberware em Rio das Ostras (RJ). A empresa tem 21 plantas industriais no Brasil e na Argentina nos segmentos de equipamentos para a indústria de petróleo e gás, válvulas industriais e metalurgia e, até setembro do ano passado, havia apurado receita líquida consolidada de R$ 447,3 milhões, ante R$ 505,8 milhões no mesmo período de 2008. O balanço relativo ao exercício de 2009 será divulgado dia 29 deste mês.
A receita gerada pelo novo contrato será reconhecida a partir do segundo trimestre de 2010 e será "linear" ao longo dos três anos, explicou o diretor. Em fato relevante divulgado ontem, a empresa relatou que nos últimos meses participou de "diversas licitações com resultados favoráveis" para fornecimento de serviços, válvulas e revestimentos para a Petrobras, mas Oliveira não deu mais detalhes a respeito. Segundo a Lupatech, as informações serão liberadas ao mercado assim que as tratativas relacionadas às concorrências forem concluídas.
A licitação que originou o contrato anunciado ontem exigia um mínimo de 50% de conteúdo nacional nos revestimentos fornecidos para a estatal no primeiro ano. A partir do segundo ano, a exigência sobe para 100% de insumos locais. O executivo disse ainda que a Lupatech se qualificou para a disputa graças a um programa de investimentos de R$ 200 milhões em todas as unidades industriais nos últimos três anos.
De acordo com o diretor, o balanço de 2009 vai refletir os efeitos da reestruturação de parte da dívida financeira de R$ 1,085 bilhão da empresa, cuja conclusão foi anunciada em janeiro. A operação incluiu um financiamento de R$ 121 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém 11,45% do capital da Lupatech, e a emissão de R$ 320 milhões em debêntures (o BNDES também ficou com 90% do total). Os recursos foram utilizados para alongar prazos e reduzir custos financeiros do endividamento original, explicou Oliveira. (fonte: Valor)
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