Projeto em fase de licenciamento ocupará área de 600 mil metros quadrados e atenderá às bacias de Campos e do ES
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Um projeto prevê a construção de um terminal marítimo para serviços e apoio logístico ao segmento offshore na região sul capixaba. A Itaoca Offshore já protocolou a licença da unidade, que ocupará 600 mil metros quadrados no município de Itapemirim e atenderá às bacias de Campos e do Espírito Santo. A previsão é de que as obras tenham início em julho de 2013 e a conclusão ocorra em meados de 2015. Para isso, a expectativa da empresa é obter a licença prévia até fevereiro de 2013. A audiência pública deve ocorrer em dezembro de 2012.
O empreendimento receberá investimentos de R$ 450 milhões. Desse montante, 30% do valor do projeto, o equivalente a R$ 135 milhões, serão aportados por fundos de pensão e outros investidores. A Itaoca Offshore busca financiar o restante do valor via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O diretor de operações da Itaoca Offshore, Álvaro de Oliveira Júnior, acredita que existe pouca oferta de serviços logísticos na conexão entre a terra e o mar. Ele observa que no Brasil tem sido comum adaptar esses serviços na área dos portos públicos, o que faz com que as operações dividam espaço com as cargas movimentadas pelos portos. “O segmento precisa de soluções dedicadas por conta das restrições dos espaços para atender a essa demanda crescente”, avalia Oliveira.
O local onde será construído o terminal está próximo à BR-101, que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo. A unidade ficará a 130 quilômetros de Vitória (ES) e a 250 quilômetros da cidade de Macaé, no norte fluminense. A Itaoca pretende instalar um terminal com cais de 230 metros e 11 berços de atracação. A área de embarque offshore terá 40 mil metros quadrados, com uma profundidade natural de 9,5 metros.
Para administrar o projeto, foi constituída uma sociedade anônima. A Itaoca Terminal Marítimo S/A, nome da empresa, poderá acomodar investimentos de empresas parceiras. As conversas se intensificaram em setembro e, segundo o executivo, empresas de serviços e operadores portuários que já atuam no segmento apresentaram interesse no terminal. “Estamos atuando em todas as frentes de maneira a dar consistência ao projeto”, ressalta.
A Itaoca deve anunciar em breve cartas de intenção com alguns parceiros, incluindo fornecedores de fluidos e empresas de tratamento de resíduos. A empresa está aberta a conversar com as empresas do setor e com eventuais investidores interessados em melhor remuneração para seu capital.
A Itaoca Offshore conversa com alguns construtores em busca de soluções de engenharia que possam reduzir o prazo e até o custo da obra. O maior volume de obra será realizado em mar. O projeto prevê a construção de uma espécie de ilha com píeres de atracação e os 11 berços permitirão atracação simultânea. A ligação da ilha será feita por meio de ponte sobre estacas.
O novo player do mercado de E&P aposta em um projeto greenfield dedicado ao fornecimento de serviços e apoio logístico para o mercado petrolífero offshore na costa do Sudeste. O modelo de negócios prevê o aluguel do espaço para fornecedoras de serviços à indústria, como limpeza de tanques, fornecimento de combustível e de água, coleta e destinação de resíduos, armazenagem de cargas e serviços de atracação, além de heliponto e serviços administrativos. Além disso, a área de estocagem será contínua ao cais, o que elimina a necessidade de longos transportes de insumos e das cargas. Essa configuração tem como objetivo reduzir os custos operacionais e logísticos na comparação da operação com outros terminais.
Oliveira observa que a exploração do pré-sal demandará operações em áreas mais distantes da costa. “Acreditamos que esse mercado se manterá ativo e crescente. Estamos fazendo projeto de, no mínimo, 50 anos”, avalia. O terminal offshore deve gerar cerca de 450 empregos diretos e mil indiretos.
A Itaoca mira a Petrobras como potencial cliente, mas também busca parceria com outras empresas. “A Petrobras possui suas próprias soluções e nós queremos nos apresentar como alternativa à própria Petrobras, pensando também no restante do mercado. A dimensão do terminal está desenhada para acomodar outros usuários também”, analisa Oliveira.
O terminal offshore tem possibilidade de expansão, pois o empreendedor recebeu a oferta de uma área de 350 mil metros quadrados. No entanto, considerando a demanda atual, é provável que essa área não seja necessária no momento. Segundo Oliveira, a área de 600 mil metros quadrados atende e supera as perspectivas do segmento, já que o espaço é otimizável por ser contínuo e plano. O local dispõe de acesso rodoviário independente e condição de mar favorável.