O ano de 2019 não está terminando mal para a Marinha do Brasil (MB). Ao contrário.
Depois da surpresa ruim causada pelo óleo que alcançou um vasto arco de praias brasileiras, a cúpula da Força está bastante animada com o bom acolhimento dado pelo governo federal ao pleito de uma quinta fragata leve da classe Tamandaré.
A solicitação de recursos para o novo programa foi levada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e conta com o apoio ostensivo do ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque Júnior – que, inclusive, já despachou o assunto, informalmente, com o próprio Guedes.
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As quatro primeiras fragatas da classe Tamandaré (até 2017 chamadas de corvetas) serão construídas pelo estaleiro catarinense Oceana – a um custo no patamar dos 2 bilhões de Euros –, segundo planos da indústria alemã TKMS, vencedora de uma concorrência disputada por estaleiros da Europa, da Ásia e da Índia.
‘Passo à frente’ – Mas no âmbito do Ministério da Defesa – e da própria área econômica do Executivo – já se sabe: o plano final dos almirantes é ter não um, mas dois navios adicionais.
“Eu não descartaria essa hipótese”, comentou com o Poder Naval, dias atrás, em uma entrevista exclusiva, o ex-ministro da Marinha – e Decano dos Submarinistas brasileiros –, almirante (reformado) Alfredo Karam. “Com esses seis novos navios nós [Marinha] teremos substituído as seis fragatas Classe Niterói que tantos e tão bons serviços prestaram à Esquadra, desde a década de 1970, inaugurando uma nova Era Operacional para a Força. Já passou da hora de darmos um passo à frente, em termos tecnológicos e de capacidade de responder prontamente a qualquer ameaça”.
Segundo o PN pôde apurar, a quinta Tamandaré poderá ser significativamente diferente das primeiras quatro já encomendadas.
A TKMS e a EMGEPRON (Empresa Gerencial de Projetos Navais) que trabalham no pacote inicial dos navios classe Tamandaré acenam para a Marinha com duas possibilidades:
uma fragata Meko A100 estendida (comprimento de casco superior aos 107 m do proposto para a Tamandaré), ou até;
uma versão da Meko A200, mais robusta e de maior deslocamento.
Privatizações – A expectativa pela autorização da quinta Tamandaré, e tudo o que essa decisão irá gerar, tem levado a Alta Administração Naval (Comandante da Marinha mais Almirantado) a adotar uma postura de cautela na adoção de medidas que vem sendo aguardadas há mais de três anos, como a injeção de recursos para a revitalização de três navios Classe Niterói.
O problema, claro, é sempre o dos custos, mas Karam deixa escapar uma informação: “talvez se possa financiar a quinta Tamandaré com o dinheiro de alguma privatização”.
Sim, é possível. Contudo, a ordem na Marinha é de silêncio total sobre o assunto, no sentido de a Força não figurar como mais bem aquinhoada pelo governo do que suas co-irmãs – em especial o Exército, que tem mais de uma dezena de planejamentos parados por falta completa de dinheiro.
O Comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, gostaria de ter assinado o contrato de aquisição das primeiras quatro fragatas tipo Tamandaré a 13 de dezembro último, Dia do Marinheiro, o que não foi possível devido à necessidade de ser esclarecido um contencioso legal.
Superada essa etapa, a expectativa é de que o contrato seja firmado ainda no mês de janeiro.
Fonte: Poder Naval