O estaleiro Mauá lançou ao mar no final de junho o Rômulo Almeida, quarto navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). O navio de produtos foi batizado com este nome em homenagem ao político, economista e professor baiano que participou, nos anos 1950, da criação da Petrobras. Na cerimônia, foi realizado também o batimento de quilha do quarto navio de produtos contratado junto ao Mauá.
Para o final de agosto está prevista a entrega do primeiro navio do Promef, o aframax Celso Furtado, também em construção no Mauá. Este será o primeiro petroleiro entregue por um estaleiro nacional neste século. O último foi o Livramento, construído no Eisa e incorporado à frota da Transpetro em 1997.
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Contratados por US$ 277 milhões, os quatro aframax em construção no Mauá foram encomendados em 2007, mas as encomendas só entraram em eficácia em 2009. O Celso Furtado está sendo entregue três meses após o prazo previsto de 24 meses. Para um estaleiro que estava há mais de 10 anos sem construir qualquer navio de grande porte, o resultado é considerado excelente e a expectativa é de que os próximos sejam entregues rigorosamente dentro do prazo contratual. A próxima entrega do Mauá é o Sergio Buarque de Holanda, com entrega prevista para novembro próximo.
O Rômulo Almeida teve como madrinha a gerente geral do jurídico da Transpetro, Maria Carolina Gomes Pereira Vilas Boas. A embarcação será a primeira da Transpetro a ter duas mulheres em suas principais funções de comando. A comandante é Hildelene Lobato Bahia, que no final de 2009 assumiu o comando do petroleiro Carangola e se tornou a primeira mulher a comandar um navio mercante no Brasil. Já Vanessa Cunha dos Santos Silva será a imediata da embarcação.
Com 183 metros de comprimento – o equivalente a um prédio de 60 andares – e 48,3 mil toneladas de porte bruto, o navio Rômulo Almeida será usado para o transporte de derivados claros de petróleo, como gasolina e diesel. A embarcação terá um índice de nacionalização de 72%, acima do patamar mínimo estabelecido para o Promef, que é de 65%.
Até o fim de 2011, dois outros navios do Promef serão lançados ao mar. Até 2015, estarão concluídos os 49 navios do programa. Com isso, a frota da empresa, hoje com 53 navios, superará o número de 110 embarcações.
O Promef mobiliza hoje seis estaleiros, quatro deles já em operação: estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, Mauá, Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), e Superpesa, todos no Rio. Os estaleiros Promar, em Pernambuco, e Rio Tietê, em São Paulo, iniciam em breve as obras de implementação. Este último construirá os comboios para transporte de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná.
Além de possuir a quarta maior carteira mundial de petroleiros, o Brasil atingiu este ano a quinta posição no ranking das maiores encomendas de navios em geral, ultrapassando Índia e Vietnã. Os estaleiros brasileiros empregam hoje mais de 60 mil pessoas
O Promef já contratou 41 embarcações em suas duas primeiras fases, com investimento total de R$ 9,6 bilhões.