Segunda maior movimentação de contêineres em navegação de cabotagem do Brasil, o Amazonas também registrou o escoamento de mais de 100 milhões de toneladas de produtos agrícolas em 2023, apesar do impacto da seca histórica que afetou a região. Os números apontados pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) superaram o restante do país, que alcançou a marca de 100,2 milhões de toneladas movimentadas, abaixo do paralelo 16°S.
A expectativa de um mercado promissor ainda a ser desenvolvido vem movimentando operadores e clusters investidores do segmento que marcaram presença na Navegistic Navalshore Amazônia, realizada em Manaus (AM). A feira que reúne os dois maiores eventos do setor, consolida-se no calendário de eventos anual do setor naval com o nome de NN Logística, a partir 2025.
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Wilson David Semeghini, diretor da NN Eventos, explica que identificou a oportunidade de crescimento do mercado aliado à necessidade de tecnologia agregada nas operações do setor na Região Norte, o que foi crucial para consolidar a terceira edição do evento, que já tem data marcada: maio de 2025.
“Em 2023, os dois maiores eventos do polo naval no Brasil ocorreram em Manaus em um intervalo de 15 dias. Resolvemos unir esforços e agora temos a oportunidade de fazer uma ponte robusta entre o mercado local e fornecedores que já operam no mercado marítimo”.
Considerado um mercado promissor do setor aquaviário, a Região Norte concentra um poderoso ativo: a bacia do rio Amazonas, a maior do mundo, com 16 mil quilômetros de rios navegáveis, 38% dos 42 mil quilômetros identificados potencialmente em todo o território nacional, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
O otimismo dos operadores ancora-se ainda na recém-criada Secretaria de Hidrovias, dentro da estrutura do Ministério de Portos e Aeroportos, responsável pelo orçamento e gestão de políticas públicas para o setor hidroviário. Três hidrovias estão na pauta de prioridade da pasta, duas delas no Norte: as hidrovias do Rio Amazonas e do Rio Tocantins, além da hidrovia Brasil-Uruguai.
“O setor hidroviário reassume uma posição de destaque dentro da política pública para a matriz logística do Brasil, que deve deixar de dar as costas para seus rios e mares. Este é um momento oportuno para projetos estruturantes que venham a ajudar o país a vencer o contexto de mudanças climáticas”, afirma Luis Fernando Resano, diretor executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem.