Equipamentos da Honeywell já poderão ser montados no país a partir do próximo ano. Local ainda está sendo estudado
A Honeywell iniciará a montagem de produtos da Divisão Marine no Brasil a partir do próximo ano. Junto com a linha de produção, a companhia também vai trazer uma equipe de engenheiros que ajudarão no pós-venda, instalação, manutenção e comissionamento dos equipamentos. Essa divisão da companhia já opera no país há cerca de três anos e está instalada no Rio de Janeiro. Entre os produtos de destaque nesta área estão os relacionados à tancagem.Montagem no Brasil
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- Indústria naval
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De acordo com o general manager da Honeywell Marine Solutions, Philippe Despagne, a ideia de trazer a linha de produção para o Brasil surgiu não só por questões relacionadas a conteúdo local, mas também para oferecer peças sobressalentes e a pronta entrega para os clientes. A empresa ainda negocia a área onde será localizada a fábrica.
“A intenção é de que no próximo ano parte dos equipamentos já seja produzida nessa futura linha de montagem no Brasil, em uma área que ainda está sendo estudada”, diz Despagne. Atualmente, os produtos da divisão Marine da empresa são produzidos na França e na Suíça. Com base em Nova Jersey, nos Estados Unidos, a Honeywell está presente no Brasil há mais de 50 anos e conta com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Maranhão.
O desejo de vir para o Brasil se fortaleceu com a concretização de alguns negócios. Um deles foi fechado com a Engevix, que está construindo os cascos dos oito FPSOs replicantes no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A Honeywell fornecerá o sistema completo para monitoramento e gerenciamento dos tanques de carga, de lastro, de serviço e medição de calados. “Vamos fornecer nesses oito navios da Petrobras o sistema completo, que são os radares dos tanques de carga, toda a parte de tanques de lastro. Vamos fazer também toda a parte de instrumentação a ser instalada no deck, a comunicação e processamento dos sinais e a automação com um sistema supervisório na sala de controle. O primeiro sistema vem de fora, mas a ideia é de que a partir do segundo eles venham sendo gradativamente feitos aqui”, estima o customer engineering project Support da Honeywell Marine, Ricardo Donada .
Para os tanques de carga das replicantes será utilizado o EM540, uma solução voltada para detecção de nível e regulagem dos tanques em navios petroleiros, químicos e FPSOs, além da detecção de seus pontos críticos, como pressão e temperatura. Para os tanques de lastro, tanques de serviço e medição dos calados, a companhia utilizará o PL3700, um sensor de pressão hidrostática. O equipamento mede a pressão exercida pela coluna de líquido acima dele. Sabendo-se o valor da gravidade e também o valor da densidade do líquido, é possível calcular o nível de líquido no interior do tanque.
Nos tanques de carga, explica Donada, é exigido um sistema para detecção de nível alto (95%) e de nível muito alto (98%). Para essas detecções serão utilizadas chaves de nível, que vibram através de ondas mecânicas. Assim que o nível do líquido toca a ponta de detecção, a chave de nível para de vibrar e manda um sinal de corrente para o sistema de monitoramento.
Outro cliente da empresa é o estaleiro Rio Tietê, que está construindo as 80 barcaças que farão o transporte de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. Segundo Donada, a companhia fará todo o fornecimento para os tanques de carga dos comboios, que têm no máximo seis metros.
Apesar de a produção de navios no Brasil ainda ser considerada lenta por Despagne e o seu custo ser bem mais elevado que em países da Ásia, por exemplo, a companhia espera uma mudança no panorama nos próximos anos. “Estimamos que daqui a três, cinco anos esse cenário mude, que os estaleiros aprendam bastante e que a gente chegue mais perto deles, mais do que estamos hoje. Estamos colocando muita energia, investimento, dedicação e a expectativa para o Brasil é bastante alta. Queremos dominar o mercado”, enfatiza Despagne.