O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal apura sobrepreço de 100% na construção de um estaleiro da Marinha, para montagem de um submarino de propulsão nuclear no Brasil.
O projeto será delatado pela Odebrecht, em seu acordo de colaboração com a Justiça. Foram realizados ao menos dois pagamentos no exterior relacionados à participação da empreiteira no Programa de Desenvolvimento de Submarino (Prosub) da Marinha do Brasil, ambos intermediados pelo chamado departamento da propina da Odebrecht.
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O Prosub é alvo de um procedimento investigatório criminal sigiloso pelo MPF-DF desde novembro do ano passado. O sobrepreço de 100% verificado fez a obra do estaleiro subir de R$ 5 bilhões para cerca de R$ 10 bilhões. Os pagamentos, segundo apurado no MPF, saíram do Tesouro Nacional.
O Ministério Público solicitou ao Itamaraty toda a comunicação realizada envolvendo o projeto do submarino. A intenção é também apurar se há tráfico de influência por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cujo governo o programa foi lançado. O Prosub foi anunciado em 2008 por Lula, em “parceria estratégica” com o então presidente Francês, Nicolas Sarkozy. A empresa francesa DCNS ficou responsável pela transferência de tecnologia ao País e escolheu a Odebrecht como parceira nacional no projeto, sem licitação.
A Odebrecht realizou ao menos dois pagamentos não contabilizados de forma oficial ao empresário José Amaro Pinto Ramos, supostamente representando a DCNS, e ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva, preso na Lava Jato. A operação para pagamento no exterior envolveu o ex-funcionário do Setor de Operações Estruturadas Luiz Eduardo Soares.
Fonte:Tribuna online