A Marinha já gastou R$ 40 bilhões com embarcações convencionais e com a base naval da nova frota, em Itaguaí, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Agora, a força quer construir navios-patrulha, embarcações não tripuladas e canhão de laser.
De acordo com o Estadão, a Marinha brasileira está negociando os valores de um novo contrato para a terceira fase do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, o Prosub, que deve definir quanto será pago até 2033 para o término do projeto da construção do primeiro submarino de propulsão nuclear do país. Um passo importante para que o Brasil possa vender submarinos convencionais do programa para seus vizinhos da América do Sul.
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As duas primeiras fases do Prosub já consumiram R$ 40 bilhões, em valores atualizados, dos quais R$ 4 bilhões devem ser pagos pelo governo até a entrega, em 2025, do último dos quatro submarinos convencionais da classe Scorpène, produzidos em parceria com a França, à base de Itaguaí.
A Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), no entanto, acaba de se mudar para São Paulo para ampliar as pesquisas em parceria com universidades instaladas no estado — além da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Federal de São Carlos, e para aproveitar a proximidade da Base Industrial da Defesa (BID), principalmente na região do centro tecnológico do Vale do Paraíba.
O submarino vai ser equipado com o primeiro reator atômico projetado e construído no Brasil com previsão de funcionamento para 2027. O equipamento está sendo montado no Bloco 40 do Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), em Iperó, no interior paulista. Enquanto a embarcação vai ser construída em Itaguaí, após a entrega do submarino convencional Angustura, em 2025, o último dos quatro de propulsão diesel-elétrica previstos no Prosub.
"Até o final do ano, o prédio do comando da força submarina e o prédio do comando da base de submarino estarão prontos. São dois prédios fundamentais. E, agora, como estamos chegando ao fim da fase do submarino convencional — o Humaitá está previsto para 2023, o Tonelero em 2024 e o Angustura em 2025 —, em dois anos passa a ser fundamental a negociação e o modelo de contrato para o submarino nuclear", contou o almirante.
As negociações devem envolver as empresas do Prosub: a Naval Group (França), a Novonor e a Indústria de Construções Navais, que estiveram presentes na construção dos submarinos convencionais e da base naval. Ainda segundo o almirante, o projeto vai além da construção do submarino e envolve o desenvolvimento do primeiro reator nuclear brasileiro com desenvolvimento de complexo de manutenção, diques apropriados e todo o aparato energético necessário para sua operação, tudo devidamente licenciado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Fonte: Sputnik