Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não mostram um quadro positivo para o investimento neste ano. De janeiro a abril, eles totalizaram R$ 34,1 bilhões, 1,5% acima dos R$ 33,6 bilhões do mesmo período do ano passado. Na indústria, o resultado foi bem mais fraco - os desembolsos ficaram em R$ 9,4 bilhões, 10,5% abaixo dos primeiros quatro meses de 2011. Houve queda de 42% no setor de alimentos e bebidas e de 51% no de metalurgia e produtos.
Quem puxa o resultado para cima é o grupo comércio e serviços, que subiu 24% de janeiro a abril, para R$ 8,2 bilhões. Infraestrutura respondeu pelo maior volume de desembolsos, de R$ 13,5 bilhões, mas ficou 1,6% abaixo do mesmo período do ano passado.
Termômetro da intenção de investimento, o resultado das consultas ao BNDES mostra um quadro mais positivo. De janeiro a abril, elas totalizaram R$ 74,6 bilhões, 38,7% acima dos primeiros quatro meses de 2011. Na indústria, as consultas ficaram 70% maiores, atingindo R$ 31,1 bilhões no período, mas a alta é muito concentrada no setor de química e petroquímica, no qual elas atingiram R$ 16,8 bilhões de janeiro a abril.
A esmagadora maioria desses pedidos se refere a consultas realizadas pela Petrobras. Excluído o setor, houve queda de 12% nas consultas da indústria nos primeiros quatro meses do ano. No caso dos pedidos totais, o aumento fica em 12% sem o segmento de química e petroquímica.
O chefe do departamento econômico do BNDES, Marcelo Nascimento, destaca a alta expressiva nos outros segmentos de janeiro a abril. No de infraestrutura, o aumento ficou perto de 22%, alcançando R$ 24,1 bilhões. No de comércio e serviços, a alta foi de quase 25%, para R$ 16,2 bilhões. Para ele, esses números apontam para um quadro melhor para o investimento nos próximos meses. As elevadas consultas do setor de química e petroquímica indicam que o segmento mais importante da indústria planeja investir muito, ainda que as operações estejam muito concentradas na Petrobras.
Fonte: Valor
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