Segundo dados da ANP, constatação de indícios de hidrocarbonetos passou de 75 em 2005 para 149 em 2010
O ritmo de descobertas de petróleo e gás no Brasil dobrou em apenas seis anos. De acordo com levantamento realizado pelo iG com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o total de indícios de hidrocarbonetos informados pelas petroleiras passou de 75 em 2005 para 149 em 2010. Na década, foram mais de 960 descobertas. São apenas indícios, que não revelam necessariamente reservas comercializáveis, mas servem como um termômetro do aquecimento do setor.
O ritmo acelerado e as mais significativas descobertas do mundo nos últimos dez anos, entretanto, ainda não colocam o Brasil entre os países com as maiores reservas provadas de petróleo. De acordo com os últimos dados disponibilizados pela indústria mundial, referentes a 2009, o País está bem longe de países arábes como a líder Arábia Saudita (264 bilhões de barris), Irã (137 bilhões), Iraque (115 bilhões) e a vizinha Venezuela (172 bilhões de barris). As reservas provadas nacionais eram da ordem de 13 bilhões de barris em 2009.
Com parte de Lula (ex-Tupi) e Cernambi, declarados no final do ano passado pela Petrobras, as reservas em 2010 aumentaram cerca de 10%, para aproximadamente 14 bilhões.
Do anúncio das descobertas à declaração de reservas provadas, as petroleiras levam alguns anos para cumprir procedimentos que são praxe na indústria do petróleo: perfuram mais poços, realizam testes de formação, de produtividade e de longa duração do campo, para então desenvolvê-lo e provarem o que encontraram. Exemplo disso é o bloco BM-S-11, que deu origem a Tupi, cuja primeira descoberta foi realizada em 2006. Cerca de um ano depois, a Petrobras estimou suas reservas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris, a partir de outras perfurações bem-sucedidas. Finalmente, em 2010, após 11 poços perfurados e um teste de longa duração, o bloco declarou a comercialidade do campo e apresentou reservas provadas da ordem de 8,5 bilhões – redistribuídos entre dois campos nomeados de Lula e Cernambi.
A primeira descoberta no pré-sal da Bacia de Santos foi realizada no BM-S-10, em 2005. “Temos uma nova província petrolífera, a maior do Brasil”, comemorou, na ocasião, o então gerente-executivo de exploração e produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno. No ano seguinte, a empresa perfurou e encontrou óleo também no vizinho, o BM-S-11. Somente depois da declaração de comercialidade, as descobertas são incorporadas ao portfólio da companhia e às reservas do País.
Fonte: Sabrina Lorenzi, iG Rio de Janeiro
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