A Odebrecht Óleo e Gás pretende investir US$ 3,5 bilhões entre 2011 e 2013 para expandir a atuação no Brasil. O principal foco será o afretamento de plataformas de perfuração, mas já há equipes em preparação para futuras licitações da Petrobras para unidades de produção. O presidente da companhia, Miguel Gradin, disse que o grande volume de investimentos no pré-sal do litoral brasileiro no curto prazo será na exploração, daí o foco no investimento em sondas de perfuração.
Este ano, começa a operação para a Petrobras. Foi fechado um contrato de sete anos. Trata-se da Norbe VI, a primeira de cinco unidades de perfuração que serão afretadas à estatal. A unidade está em fase final de construção pela holandesa SBM, nos Emirados Árabes. O custo é de US$ 600 milhões, de um total de US$ 3,4 bilhões investidos pela companhia desde 2006 na construção de sondas.
"A etapa que está com grande demanda é a fase exploratória. Por isso nos concentramos mais nas sondas de perfuração, que vão ajudar a explorar e desenvolver os campos", disse Gradin. A projeção do executivo é de que outras quatro unidades construídas no estaleiro sul-coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) já estejam operando para a Petrobras - nesses casos com contratos de dez anos - a partir de 2012, quando a receita da Odebrecht Óleo e Gás deve superar o US$ 1 bilhão, contra os atuais US$ 150 milhões por ano.
Segundo Gradin , além das novas sondas, a empresa espera o crescimento dos serviços prestados para as operações de diversas petroleiras na bacia de Campos, com soluções de engenharia e operação de plataformas. Em 2012, a previsão é que o número de funcionários atinja 2 mil, o dobro do atual. Entre os novos projetos que podem receber investimentos a partir de 2011 estão as licitações da Petrobras para plataformas de produção.
Atualmente, a companhia opera um FPSO (unidade flutuante para produção, armazenamento e transferência) no Mar do Norte. A propriedade da plataforma, que tem capacidade de produzir 65 mil barris de óleo por dia e armazenar 600 mil barris, é dividida com a dinamarquesa Maersk e tem como cliente a americana ConocoPhillips.
"Temos uma equipe mobilizada para participar das futuras licitações. Na nossa visão, vai existir uma demanda forte nesse setor", afirmou Gradin, lembrando que a empresa poderá contratar a construção em estaleiros nacionais caso seja necessário para cumprir determinações de conteúdo local.
A companhia, que acaba de lançar uma nova logomarca, espera fechar nos próximos meses a estrutura de financiamento das duas últimas sondas de perfuração já contratadas pela Petrobras. Além da Norbe VI, já estão com o financiamento estruturado a Norbe VIII e a Norbe IX, que começam a operar no próximo ano. Em todos os casos foi usada uma estrutura de "project finance" com o apoio de um pool de bancos e parte de capital próprio. Agora, a empresa pretende replicar o sistema para financiar a ODN I e a ODN II, que começam a operar em 2012.
Gradin disse ainda que outra possibilidade de expansão está no Oeste da África, onde a Odebrecht Exploração e Produção - outra empresa do grupo - tem 15% de participação no Bloco 16, operado pela Maersk. Nesse caso, a atuação da Odebrecht Óleo e Gás poderá acontecer na fase de produção, na operação de uma plataforma.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas | Do Rio
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