É muito duro o depoimento de Omar Peres, ex-proprietário do Estaleiro Mauá, sobre a Petrobras, publicado no site “Diplomatizzando” de Paulo Roberto de Almeida. Diz que a corrupção sempre existiu na estatal e as diferenças, agora, estão no fato de que a empresa investiu mais, e a corrupção cresceu e, além disso, a Polícia Federal apurou tudo, a partir de uma descoberta por acaso, em um simples posto de gasolina com lava jato ao lado.
Declarou: “Fui dono do Mauá, o maior estaleiro do Brasil, e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval brasileira. Isso me obrigava a estar, sempre, com o maior comprador de equipamentos navais, a Petrobras. Na minha época, como industrial e líder do setor, há 20 anos, a corrupção já acontecia de forma idêntica como acontece hoje. Não se vendia um parafuso se não houvesse propina”.
E mais: “Conto tudo isso com o objetivo de repassar aos amigos o que eu sei, vivi e entendo da Petrobras e do corrupto Estado brasileiro. A corrupção em nosso país existe em todos os setores. Petrobras é somente uma das fontes ricas. Mas não escapa nada, não se salva uma só instituição. No Brasil, se rouba até merenda escolar. Por isso, atribuir exclusivamente ao PT a roubalheira é injusto. Fato é que a Petrobras, como todos os demais órgãos do Estado, sempre foi um balcão de negócios para pessoas que se agrupam politicamente para roubar. Os ladrões, os agentes, as empresas, todos, são os mesmos, desde sempre. Bobagem pensar que na época de Fernando Henrique Cardoso era diferente. Puro desconhecimento. Roubava-se da mesma forma”.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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