Enquanto aguarda decisão final da Controladoria Geral da União (CGU), que pode determinar o arquivamento do processo contra a empresa por falta de evidências de práticas de corrupção e que poderá retirá-la da lista de bloqueio cautelar da Petrobras, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG), braço do grupo Odebrecht fornecedor de equipamentos e prestador de serviços para a indústria petroleira, obteve este mês resultado favorável de uma auditoria independente. Feito pelo escritório Veirano Advogados, o trabalho concluiu não haver evidências de pagamentos ou oferecimento de vantagens indevidas pela OOG a agentes públicos.
A auditoria independente, contratada pela própria OOG e realizada com auxílio de empresa forense internacional, foi iniciada há cerca de um ano e incluiu a coleta de mais de 1,2 milhão de documentos eletrônicos e entrevistas com integrantes da companhia.
A empresa também já contratou um "Chief Compliance Officer" (CCO) - um diretor de governança e conformidade. O novo executivo, que não teve seu nome revelado e que deverá assumir o cargo ainda este mês, se reportará diretamente ao conselho de administração da OOG.
A estratégia da empresa é comprovar que não há irregularidades na companhia, separando-a da holding Odebrecht, que está envolvida na "Lava-Jato", força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que apura práticas de corrupção principalmente por construtoras e fornecedoras da Petrobras. O ex-presidente da holding, Marcelo Odebrecht, continua preso desde junho do ano passado.
O objetivo da OOG é ter o mesmo êxito obtido pela sua concorrente Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG). Em fevereiro deste ano, o braço do grupo Queiroz Galvão na área de prestação de serviço à indústria petrolífera teve seu respectivo processo arquivado pela CGU e, com isso, foi retirado da lista de bloqueio cautelar da Petrobras que impede empresas de serem contratadas ou participarem de licitações da estatal. Segundo informação, a OOG já tem parecer interno da CGU favorável ao arquivamento do processo.
Nesta semana, o diretor de Governança, Risco e Conformidade da estatal, João Elek, afirmou que aguarda a manifestação da CGU sobre a situação de algumas fornecedoras. "Existem várias empresas para as quais iniciamos procedimentos administrativos em relação a elas e que foram avocadas pela CGU, que depois não mais se manifestou. Para aqueles casos que foram arquivados pela CGU, nós então relistamos essas empresas e incluímos na relação aquelas ativas conosco", disse o executivo, durante apresentação do novo plano de negócios da estatal, com horizonte 2017-2021. Atualmente, 32 empresas integram a lista de bloqueio cautelar da Petrobras.
Fonte: Valor
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