Um velho lobo do mar diz à coluna que, nos anos 70, teve a oportunidade de dialogar com o presidente da Ishikawajima Harima Heavy Industries (IHI) do Japão. O dirigente afirmou que seu sonho era a criação de um navio de um milhão de toneladas. Na verdade, homens de sucesso muitas vezes erram em seus prognósticos e esse foi o caso.
Os navios gigantescos não prosperaram. Pelo contrário, os navios de 400 mil toneladas da Vale, após terem sido vetados pela China, foram afinal aceitos, mas, com a crise nos preços do minério, certamente não serão valorizados.
O mesmo pode ocorrer com supernavios de contêineres. A Maersk tem navios de 18 mil unidades, e a chinesa China Shipping Container Line (CSCL), que encomendou cinco unidades de 19 mil, das quais já recebeu a primeira. Nada prova que navios cada vez maiores serão realidade. Um navio com 5 mil contêineres é razoável para um porto brasileiro e, acima disso, o navio iria provocar enormes engarrafamentos nos acessos rodoviários e saturação nos terminais.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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