DO RIO - A plataforma OSX3, que será instalada no campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, nova aposta da petroleira OGX, de Eike Batista, chegará ao Brasil no final de agosto, informou o presidente da OSX, empresa de estaleiros e afretamento do grupo EBX, Carlos Bellot.
O aluguel diário da unidade custará US$ 383 mil, segundo Bellot, dos quais 40% serão pagos pela petroleira da Malásia Petronas, parceira da OGX no campo.
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Em maio, a OGX vendeu 40% das concessões dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, onde está o campo de Tubarão Martelo, para a Petronas. A operação ainda está sendo avaliada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mas já foi aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Em teleconferência nesta quinta-feira (15) com analistas, para comentar o prejuízo do segundo trimestre --R$ 156,2 milhões, contra R$ 6,3 milhões há um ano--, Bellot informou que o aluguel referente à OSX-3 começará a ser pago a partir do quarto trimestre do ano, ou no máximo no primeiro trimestre de 2014, o que aumentará a receita da companhia.
"É importante destacar que o faturamento começa com o primeiro óleo, que será no quarto trimestre deste ano, mas como envolve condições de mar e meteorológicas, pode ser que fique para janeiro (o primeiro óleo) ", explicou.
NOVOS PLANOS
A OSX teve que refazer seu plano de investimentos após a OGX reduzir sua produção e anunciar a suspensão do desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, e sinalizar com a parada de produção de Tubarão Azul em 2014.
A plataforma OSX-2, que iria para o desenvolvimento dos três campos (Tigre, Gato e Areia) será vendida, mas ainda não há definição do que ocorrerá com a plataforma OSX-1, quando Tubarão Azul for desativado.
ESTALEIRO
Com a redução de encomendas, agora diversificadas para outras companhias, como Petrobras e Sapura (Malásia), a OSX diminuiu também o projeto de construção do seu estaleiro no Porto do Açu, em São João da Barra.
Segundo Bellot, faltam apenas R$ 90 milhões para concluir a primeira fase do estaleiro.
"Acabaremos o cais norte, ficando com um total de 800 metros de cais, o suficiente para construir dois FPSOs (plataformas flutuantes de produção e armazenagem). Seria suficiente para integração dos contratos que temos em carteira", disse Bellot.
A compra do controle da LLX pela americana EIG, anunciada ontem, não terá impacto na obras do estaleiro, projeto vizinho ao porto, informou o executivo.
"Nós vemos com bons olhos [a compra do controle], é o caminho que o grupo está seguindo, mas não tem impacto direto na OSX, é mais ou menos a solução da MPX (que também vendeu o controle), e é por aí que o grupo vai caminhar", disse Bellot.
Bellot informou ainda que, com o início da operação da OSX-3, a empresa terá mais facilidade para tentar rolar a dívida de R$ 500 milhões, contraída para a construção da unidade.
"Acreditamos que no momento que não existir mais risco e a unidade estiver operando, produzindo com altos padrões de eficiência, a companhia terá condição favorável para refinanciar os R$ 500 milhões para buscar dívida de longo prazo", concluiu.
Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA
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