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OSX não paga fornecedores desde abril

A situação da OSX, estaleiro do empresário Eike Batista no porto do Açu (RJ), se agrava a cada dia. A empresa já tem assessoria de uma empresa especializada em reestruturação empresarial, a Alvarez & Marsal, e vem atrasando pagamentos de prestadores de serviços e fornecedores de vários municípios do interior do Rio e de Minas.

O Valor apurou que centenas de donos de caminhões que transportavam brita por 460 km diariamente de uma pedreira em Muriaé até o porto do Açu estão sem receber de empresa terceirizada de Campos, que também não foi paga. Os valores são variados. "Infelizmente tivemos prejuízo, ligamos, e nos responderam que não existe data para o pagamento porque a OSX não paga", disse Armando Teixeira, de Manhuaçu, que tem R$ 18 mil a receber.

"Ninguém fala nada, não tem proposta de renegociação, de parcelamento, nada", reclama Jacimar Macedo, de Muriaé, que não recebe os R$ 15 mil que lhe são devidos desde abril. O rol de fornecedores com problemas de recebimento não para por aí. A informação é de que também existem dívidas não pagas com empresas que operam as pedreiras em Minas e até postos de combustível. A OSX não respondeu sobre as reclamações até o fechamento desta edição.

A OSX informou que "como consequência da redução do ritmo de construção da UCN Açu, vários diálogos e iniciativas estão sendo conduzidas pela subsidiária OSX Construção Naval S/A e continuarão em curso com clientes, financiadores, colaboradores, fornecedores e demais stakeholders, tendo em vista a necessidade de readequação do planejamento original ao novo faseamento."

A Acciona, responsável pela construção e engenharia do estaleiro, demitiu 600 funcionários neste trimestre, dos 1.600 que trabalhavam como terceirizados.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário no Estado do Rio de Janeiro (Sticoncimo-RJ), José Carlos Eulálio, disse que o quadro poderia ser pior, já que desde a reformulação do plano de negócios da OSX, em maio, a previsão era de demitir cerca de 1.020 funcionários da obra.

A empresa negou que deu calote em uma dívida de R$ 500 milhões com a Acciona, segundo reportagem da "Folha de S. Paulo" no domingo.

A OSX precisa terminar as obras para poder cumprir os atuais contratos (três em carteira) do estaleiro. Uma fonte informou que o aporte para concluí-lo é de R$ 60 milhões, valor considerado muito bom. A OSX não confirma. "Estamos em negociações e avaliações finais para definir o valor deste investimento", disse a assessoria.

Segundo a fonte, o novo orçamento será possível a partir do remanejamentos e otimizações no projeto que permitirão reduzir o custo para terminar a implantação da fase 1 do estaleiro. Segundo a OSX, que prefere usar a expressão "faseamento" e não paralisação das obras depois de atendidas as atuais encomendas (um navio e módulos de duas FPSOs para a Petrobras), informou que o objetivo dessa primeira fase é atender as encomendas em carteira.

A OSX vem reiterando que mesmo concluindo só a primeira fase isso permitirá ao estaleiro "atuar como um dos principais canteiros offshore do Brasil, oferecendo 800 metros de cais e capacidade para montagem de dezenas de módulos e de integração simultânea de dois FPSOs de grande porte".

A empresa informa que essa fase está quase concluída e que aguarda a Licença de Operação do órgão ambiental estadual. A companhia ainda tem direito de exigir US$ 380 milhões de Eike Batista, mas esse pagamento se tornou incerto.

José Eulálio, do Sticoncimo-RJ, disse que a Acciona já vinha negociando com o sindicato a demissão de funcionários que não seriam mais necessários devido à redução dos investimentos na obra. Mas decidiu interromper o processo quando a Justiça determinou a reintegração de 331 funcionários próprios demitidos sem justa causa desde o início do ano.

A OSX confirma a readequação do quadro de colaboradores do estaleiro mas não o número de funcionários terceirizados demitidos pela Acciona. Disse que não poderia falar em nome dela. A Acciona não deu entrevista.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Marta Nogueira | Do Rio



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