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Otimismo em alta

2013 foi positivo para fornecedores de sistemas de propulsão e manobra. Expectativa é de mercado favorável em 2014 — As licitações para navios de apoio às plataformas de petróleo previstas pela Petrobras para 2014 anima os fornecedores de sistemas de propulsão e manobra neste ano que se inicia. 2013 foi positivo para a maioria deles e a expectativa é que o mercado continue favorável.

 

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Para o gerente da área de Ship Power da Wärtsilä, Marco Torres, o ano passado não foi ruim, mas não foi tão bom quanto 2012. Por isso, a companhia espera que as vendas em 2014 retornem aos patamares do ano retrasado. Torres prevê uma forte demanda para embarcações de apoio offshore nos próximos anos. “De uma maneira geral está se construindo bastante, muitos projetos estão acontecendo e sendo programados para os próximos dois anos na área offshore. Além disso, também prevemos para este ano a construção de navios tanques para a Petrobras”, diz.

O diretor de Comunicação Corporativa, Responsabilidade Social e Relações Acadêmicas da Rolls Royce para a América do Sul, Rodrigo Barbosa, também acredita que a procura por sistemas de propulsão e de manobra deve aumentar em ritmo acelerado, acompanhando a crescente demanda por serviços para atender à indústria petroleira. “Os sistemas de propulsão são cruciais na construção de navios. A cada renovação de frota das petroleiras, principalmente da Petrobras, há novas oportunidades de licitação. Esses sistemas têm sido encomendados principalmente para a construção de embarcações de apoio offshore e para navios-sonda”, destaca.

O ano de 2013, acrescenta Barbosa, foi importante para as operações da Rolls-Royce no Brasil. A unidade de Santa Cruz está saindo do papel e em fase final para entrar em atividade total neste ano. “Acredito que em 2014, com nossa unidade de Santa Cruz já em funcionamento, e com os novos leilões do pré-sal realizados, poderemos fechar mais contratos para o fornecimento de equipamentos para o mercado de óleo e gás brasileiro”, estima o executivo, ressaltando também que a companhia está avançando em direção à formação de parcerias entre o grupo e a Universidade de Manchester no Brasil com universidades e instituições de ensino brasileiras.

Para a GE Power Conversion, 2013 também foi bastante positivo e a companhia tem metas de crescimento “interessantes” para 2014, de acordo com o diretor de Vendas da companhia, Carlos Guimarães. “Existe atualmente uma demanda enorme por estes sistemas [de propulsão e manobra] para os novos navios offshore que estão em construção no Brasil e estarão em operação na área do pré-sal. Acreditamos que esta demanda persistirá em médio e longo prazo, trazendo novas tecnologias para o nosso país”, opina.

Na Thrustmaster Brasil, as vendas também estão mais concentradas no setor offshore. “É o mercado onde temos a maior demanda, principalmente com Fast Supply Vessels, Diving Support Vessels, seguido por ferries e embarcações de navegação interior”, lista o gerente de Vendas para América Latina da companhia, André Araújo. Desde 2006, a companhia tem fornecido propulsores para diversos clientes brasileiros. Isso motivou a companhia a expandir sua presença no país em 2010 com a instalação de um escritório no Rio de Janeiro. O portfólio da companhia inclui propulsores azimutais de até 8 MW, tunnel thrusters de 50 KW a 3MW em produção, unidades de popa hidráulicos e thrusters retráteis de até 2,3 MW.

A empresa registrou um aumento significativo no fornecimento de propulsores em 2013, se comparado com os números de 2012. A expectativa é que este ano também seja positivo. “Dado o crescimento contínuo dos setores de exploração e produção offshore, abastecimento e serviços do mercado, prevemos um aumento contínuo nas vendas de propulsores da Thrustmaster para 2014 no mundo todo e no Brasil”, diz o gerente geral da Thrustmaster do Brasil, Wim La Maitre.

O investimento no desenvolvimento de novos sistemas ou de melhorias em equipamentos já existentes tem sido uma constante entre as empresas. A GE Power Conversion, por exemplo, é uma delas. Um dos mais recentes lançamentos da empresa foi um sistema de posicionamento dinâmico com uma interface operacional mais funcional, painel de controle limpo e organizado, fácil de visualizar e entender. Entre as vantagens do sistema estão a economia de energia — de 10% ou mais —, a redução na emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) em 20%, a diminuição do desgaste do equipamento e de falhas dos propulsores, além do aumento dos intervalos de manutenção das máquinas.

No novo modo de operação, chamado de “Eficiência Energética” pela GE Power Conversion, o posicionamento e o direcionamento da embarcação são controlados mais ‘suavemente’. Um controle preditivo é usado para antecipar a variação do posicionamento, limitando as reações dos propulsores se a embarcação estiver prevista para permanecer dentro da chamada ‘janela de operação’. Se o navio mostrar tendência de sair dessa janela, o sistema ajusta a propulsão. “Em breve, teremos outros produtos e novidades tecnológicas interessantes que serão amplamente divulgadas no mercado brasileiro e mundial”, avisa Guimarães.

A Rolls-Royce também tem investido em novas tecnologias para apoiar seus sistemas e equipamentos de propulsão e manobra. Recentemente, a companhia apresentou um novo propulsor de ímã permanente, que atualmente está em serviço em uma embarcação offshore. A empresa também anuncia novos motores abastecidos com gás natural liquefeito (GNL), que podem ser usados tanto em embarcações offshore quanto no transporte de cargas. Os motores reduzem as emissões e diminuem o custo operacional do navio.

Quem também tem novidades é a ZF do Brasil. A companhia lançou o sistema de Wet Clutch (embreagem molhada) para sistemas de propulsão azimutal principais. A empresa explica que as embarcações no Brasil, principalmente no mercado de apoio portuário e de salvatagem, requerem frequência importante nos níveis de engates e desengates durante a operação. Esta inovação tecnológica visa minimizar possíveis paradas por problemas relacionados aos propulsores nestes tipos de embarcações.

De acordo com o gerente divisional da América do Sul da ZF do Brasil, Milton Ceotto, a ZF deve investir principalmente em duas áreas: desenvolvimento de novos produtos e aumento da capacidade produtiva. “Sempre dedicamos parte do nosso faturamento para projetos de pesquisa e desenvolvimento. Por meio da tecnologia, é possível criar novos produtos e processos que não só melhoram a produtividade dos nossos clientes, mas também nos auxiliam a aumentar a lucratividade por meio de um planejamento cada vez mais otimizado”, destaca o executivo.

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento ajudam a otimizar os produtos existentes e implementar soluções inovadoras, na avaliação do gerente de vendas da Schottel do Brasil Propulsões Marítimas, David Souza. “A meta destas atividades é melhorar ainda mais a eficiência e a confiabilidade de todos os nossos sistemas de propulsão e manobras. Graças à estreita cooperação com os proprietários das embarcações, estaleiros, consultores e estabelecimentos de pesquisa, temos sido capazes de atingir esta meta constantemente”, afirma

Recentemente, a companhia investiu na modernização e melhoria dos propulsores do tipo Navigators (NAV), uma adaptação dos propulsores azimutais em uma planta de popa móvel, além da motorização. Segundo Silva, o propulsor Schottel Navigator é de fácil instalação e precisa ser apenas aparafusado em uma base elaborada pelo estaleiro. Uma outra vantagem é que o propulsor pode ser utilizado em diversos tipos de embarcações, como barcaças, balsas, barcos de trabalho ou guindastes flutuantes. O motor diesel é usado como motor principal e o gabinete de armazenamento inclui elementos de monitoramento elétricos e eletrônicos. A embreagem entre o motor primário e o azimutal transmite a potência através de um acoplamento flexível e um eixo universal. A hélice pode ser levantada e abaixada na direção vertical e também articulada para trás.

Para o mercado offshore, a companhia oferece o propulsor Combi Drive (SCD), que combina o propulsor e o motor elétrico verticalmente integrado no tubo de suporte do propulsor azimutal, dispensando a caixa de engrenagens e um eixo cardan. Segundo Souza, a companhia tem trabalhado com novas parcerias para que este propulsor tenha um percentual significativo de conteúdo local.

Nos últimos anos, a Thrustmaster do Brasil expandiu sua gama de sistemas portáteis de posicionamento dinâmico, que incluem propulsores azimutais hidráulicos de alta potência, tipo outboard, para serem instalados no costado de navios e barcaças. “Hoje em dia fornecemos estes sistemas em potências de até 3000 HP (2200 kW) e em breve seremos capazes de fornecer até 4000 HP (2950 kW) por propulsão”, adianta La Maitre. Segundo o executivo, estes sistemas de posicionamento dinâmico portáteis são completamente autossuficientes e por isso não requerem extensas modificações nas embarcações, como os propulsores azimutais convencionais. Esta vantagem, diz La Maitre, os torna ideais para atualizar navios e barcaças existentes para propulsão ou posicionamento dinâmico.

A companhia também projetou um inovador sistema mecânico de propulsão azimutal removível internamente, especificamente projetado para ser usado no controle do ‘aproamento’ em navios tipo FPSO. “Para os navios de apoio offshore de alumínio nós expandimos a nossa gama de tunnel thrusters com carcaça inferior construída inteiramente em alumínio, a qual pode ser tanto elétrica ou hidraulicamente conduzida”, explica o gerente geral da companhia. Entre os contratos recentes fechados pela Thrustmaster do Brasil estão tunnel thrusters de alumínio para crew boats de alta velocidade, além de contratos de fornecimento de tunnel thrusters mecânicos incluindo motor elétrico com VFD para três embarcações de apoio às operações de mergulho.

Visando ao aprimoramento dos equipamentos, a Wärtsilä realiza reuniões junto a armadores. Torres destaca que a companhia não espera o surgimento de um novo modelo de propulsor, por exemplo, para aplicar melhorias. “A partir do momento em que desenvolvemos algo que possa melhorar a performance do equipamento, seja em economia de combustível, seja na redução da manutenção, aplicamos isso em equipamentos existentes”, diz. Uma das melhorias recentes é o fornecimento do equipamento já preparado para receber sensores que o monitoram a distância. No portfólio da Wärtsilä para área de propulsão e manobra, estão linhas de eixo, hélices de passo fixo ou variável, propulsores azimutais e transversais, lemes, entre outros.

De olho na política de conteúdo local brasileira, a empresa está construindo uma fábrica no porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro. Inicialmente serão fabricados grupos geradores e propulsores azimutais, mas0 de acordo com a demanda, a Wärtsilä poderá expandir o portfólio de produtos. A previsão é de que a produção seja iniciada neste primeiro trimestre. A companhia mantém ainda uma oficina em Niterói e outra em Manaus.

A GE tem investido na transferência de tecnologia das suas unidades europeias para o Brasil, visando aumentar o conteúdo local de seus equipamentos e serviços de engenharia associados. A empresa está construindo uma nova unidade industrial em Betim, em Minas Gerais. “Acreditamos que este é o caminho para alavancar ainda mais as nossas vendas no Brasil”, destaca Guimarães.

Atualmente a empresa tem uma unidade de engenharia em Belo Horizonte, uma fábrica de equipamentos de distribuição e propulsão elétrica em Betim e uma unidade fabril de geradores e motores em Campinas, no estado de São Paulo. A companhia conta também com escritórios de vendas e unidades de serviços no Rio de Janeiro, em Macaé (RJ) e em Vitória (ES). Na área de Marine & Offshore, a GE Power Conversion atua no mercado brasileiro desde 2005.

O mercado de propulsão e manobra é considerado importante e estratégico para a empresa, que tem soluções integradas completas para sistemas de propulsão e manobra em média e baixa tensões, aplicáveis em sondas de perfuração, navios de lançamento de linhas e de apoio offshore. Dos 29 navios-sonda que serão construídos no Brasil e que vão operar na área do pré-sal, a GE fornecerá para 22 deles sistemas elétricos integrados de geração, distribuição e propulsão elétrica, sistemas de automação e de posicionamento dinâmico.

— Estamos agora focando os esforços na busca de oportunidades para fornecimento de sistemas similares para os navios de apoio e transporte marítimo. Nosso objetivo é também nos tornarmos líderes de mercado para estas embarcações de menor porte — diz Guimarães, ressaltando que no exterior a companhia já forneceu mais de 400 sistemas para navios offshore. Segundo o executivo, a GE Power Conversion manteve números elevados de vendas em 2013 no Brasil.

A ZF também registrou no ano passado um aumento nas vendas de 4%, comparado a 2012. A companhia fornece sistemas de propulsão completos e componentes para todos os tipos de embarcações em uma faixa de potência que vai de 100 a 14 mil hp. Também são comercializados sistemas para reversores AutoTroll — utilizados em embarcações equipadas com sistema de posicionamento dinâmico —, comandos eletrônicos, sistemas azimutais e tunnel thrusters nas versões Z-Drive e L-Drive, e peças de reposição.

No mercado brasileiro desde 1958, a ZF do Brasil mantém uma planta industrial em Sorocaba (SP). Como única montadora de caixas reversoras com fábrica no Brasil, a ZF vê com preocupação a invasão de produtos importados principalmente no Norte do país onde, diz Ceotto, o nível de exigência e detalhamento dos projetos são menores, porém não menos importantes que os de outras regiões. “Tais produtos, sem o nível mínimo de qualidade e representação de serviços locais, comprometem a venda de produtos das empresas do setor instaladas no Brasil”, diz o executivo.

Entre os principais contratos da companhia fechados em 2013 está a venda de reversores para um projeto social chamado barcos-escola, que visa combater o analfabetismo na região amazônica. Inicialmente foram vendidas 200 unidades para o estaleiro B3, mas a encomenda pode chegar a 700, que serão confirmadas até o final deste ano. As entregas dos reversores começaram em junho do ano passado e a previsão é de que todas as unidades encomendadas sejam entregues até o final de 2014.

Novos clientes, manutenção dos tradicionais e aumento da participação da companhia não só no Brasil, mas na América Latina foram conquistas alcançadas pela Schottel do Brasil no ano passado. A empresa registrou também um aumento significativo na venda de peças sobressalentes e, para 2014, prevê um crescimento de 30%. “O primeiro semestre foi um pouco lento na área naval, muito por conta dos resultados e planos de investimentos da Petrobras, que influenciam diretamente o setor. A partir do segundo semestre, notamos uma melhora significativa neste cenário, que deve se perpetuar para este ano”, estima Souza.

O executivo lembra ainda de alguns gargalos que dificultam o aumento das vendas dos equipamentos da companhia no país: a alta carga tributária que recai sobre quem produz ou pretende produzir equipamentos, além da burocracia e os custos mais elevados de produção no país. “Isto dificulta muito o aumento de conteúdo local dos nossos propulsores. Muitas das nossas empresas parceiras, que fornecem componentes para nossos equipamentos, desistem de fabricar no Brasil devido a tais dificuldades encontradas aqui”, relata Souza.

Com sede na Alemanha, o grupo Schottel atua no mercado há mais de 90 anos no desenvolvimento, desenho, produção e venda de propulsão convencional, azimutal, e sistemas de manobras, com potência até 30 MW para embarcações de todos os tamanhos e tipos. As vendas e prestação de serviços ao redor do mundo são feitas pelas filiais do grupo e seus representantes. A Schottel do Brasil, que atua no país há 37 anos, conta com escritório de projetos e vendas no Rio de Janeiro, além do escritório de Serviço, Sobressalentes e Administrativo em Itajaí (SC).



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