RIO - A PDVSA está revendo os projetos de oito embarcações a serem construídas pelo Estaleiro Ilha SA (Eisa), em um total de dez contratadas. Segundo o diretor do estaleiro, Jorge Gonçalves, por conta desta revisão, o cronograma inicial de entrega até 2012 de todas as embarcações não será cumprido. No momento, os projetos dos navios estão sendo modificados de acordo com as novas demandas da empresa venezuelana. "Não sabemos ainda que tipo de embarcação eles estão querendo, isso está sendo debatido por eles. Por isso, não podemos iniciar a construção de novos navios para eles", explicou o executivo. De acordo com ele, o valor total de investimentos do contrato, previsto inicialmente em US$ 700 milhões, também está sendo revisto.
Até o momento, do total de dez embarcações, uma já foi entregue, e outra já está em fase de construção. Mas não há previsão de lançamento para esta última, segundo Gonçalves. Inicialmente, o contrato previa a construção de dois petroleiros do tipo MR, com 47 mil toneladas e capacidade para transporte de derivados claros, e oito Panamax, com 70 mil toneladas e capacidade para transportar produtos claros e escuros. As embarcações fazem parte do programa de renovação da frota da PDVSA. "O que sei é que os projetos das oito embarcações restantes estão sendo reformulados", afirmou.
O executivo comentou que os negócios do setor de petróleo mudaram muito nos últimos meses. Com isso, as companhias do setor estão revendo os potenciais de seus investimentos de longo prazo, como os tipos de embarcação. No caso da PDVSA, a ideia da estatal venezuelana, segundo o executivo, é tentar renovar os projetos das embarcações para que estes sejam capazes não somente de efetuar o transporte de petróleo bruto, como também de produtos já destilados, de maior valor agregado. "Mas estes projetos ainda estão em discussão entre eles", frisou.
A Eisa está atenta aos novos negócios que estão surgindo no setor de petróleo. Gonçalves informou que o estaleiro foi um dos nove empresas e consórcios que entregaram ontem envelopes com propostas para participar da licitação de navios-sonda da Petrobras para atender à demanda de produção do petróleo no pré-sal. Na avaliação do executivo, o mercado brasileiro no setor de petróleo está muito aquecido - o que tem aumentado o interesse de empresas estrangeiras em negócios na área, no País. "Tanto que, na entrega de envelopes para a Petrobras, entre as empresas interessadas havia um número significativo de companhias estrangeiras", disse, sem citar nomes.
Fonte: Estadão
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