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Peru ganha peso nos planos da Petrobras

Quatorze anos após a entrada da Petrobras no Peru, o país se tornou o segundo maior receptor de investimentos da estatal, atrás da Argentina. O atual plano estratégico, que vai até 2014, prevê investimentos US$ 1,1 bilhão no Peru, sendo US$ 235 milhões para este ano e US$ 213,9 milhões em 2011.

A maior parte dos investimentos vai ser aplicada na exploração de gás no bloco bloco 58, onde a Petrobras anunciou a descoberta de 1,7 trilhões de pés cúbicos (TCF, na sigla em inglês) de reservas recuperáveis de gás na bacia Madre de Dios, no departamento de Cuzco. Esse volume corresponde a 48 bilhões de metros cúbicos de gás. A Petrobras Energia Peru (PEP) tem 100% dessa área, que fica na região de Camisea.

José Carlos Vilar Amigo, gerente executivo da área internacional da Petrobras para a América Latina, explica que os investimentos no Peru vão permitir dimensionar o volume de gás tanto no bloco 58 quanto no bloco 57, onde tem participação de 46,16% em associação com a Repsol, e também aumentar a produção de petróleo no país. Em 2009 a Petrobras produziu pouco mais de 15 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia no lote 10, no noroeste do país, e Amigo diz que ainda não há um projeto para a reserva gigante de gás.

"Vamos produzir gás e agora estamos estudando. Hoje há uma licença para construir o duto. A Odebrecht já tem uma participação nisso e nós contamos com esse desenvolvimento, que está sendo incentivado pelo governo peruano, para poder fazer o escoamento do gás", disse o executivo. "A ideia do governo peruano é escoar o gás para o Sul do país e nós temos que contar com isso, temos que sair com o gás de lá."

Para a Bolívia, que já foi o segundo maior foco de investimentos da brasileira na região, os investimentos previstos entre 2010-2014 são de US$ 207 milhões. A maior novidade é a entrada no bloco Itau, da francesa Total e da inglesa BG, com uma participação de 30%. O negócio só não foi fechado ainda porque depende da aprovação da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

O bloco Itau, uma das maiores reservas de gás da Bolívia, faz parte do mesmo reservatório do bloco San Alberto, operado pela Petrobras e que tem Repsol, Total e YPFB/Andina como sócios. Junto com San Antonio, San Alberto é o maior produtor do gás exportado da Bolívia para o Brasil. A descoberta em um mesmo reservatório faz com que seja necessário um acordo para "unitização da produção". Como a Petrobras e seus sócios na Bolívia já têm as instalações para tratamento e escoamento de gás, a produção na nova área pode ser mais rápida e econômica.

Amigo frisa que a entrada da Petrobras em Itau só precisa ser oficializada. "Ele será unitizado com San Alberto e é um bloco muito conveniente não só por aumentar a produção como por diminuir a possibilidade de surgirem questões jurídicas. É um bloco interessante."

A Petrobras tem negócios em onze países da América Latina mas o único onde opera de forma verticalizada - produção, transporte, refino e distribuição - é a Argentina, que vai receber US$ 1,78 bilhão até 2014. Ali a empresa negocia a venda, por US$ 35 milhões, da refinaria San Lorenzo e uma rede de 326 postos, hoje supridos por ela e pela Oil M&S, do empresário Cristóbal López. .

Segundo Amigo, a negociação está em curso e pode ser concluída ainda este mês, já que falta apenas definir o valor dos estoques, que não estão incluídos no preço. Ele explica assim a razão da venda: "Temos de olhar o negócio no contexto, na sinergia que traz para os negócios globais da companhia. E a Petrobras olha isso de um jeito e o empresário (que vai comprar) olha de outro. A Oil M&S tem uma dimensão diferente, uma forma de dirigir diferente e incentivos do governo que não vamos ter por sermos maiores."
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio



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