A Petrobras cederá direitos de 22,5% para a francesa Total na área de concessão de Iara, no bloco BM-S-11, conforme contratos de compra e venda definitivos assinados na terça-feira decorrente de aliança estratégica firmada em 2016. A estatal destacou, aliás, que essa aliança com a Total é parte importante do plano de negócios e gestão 2017-2021.
As transações fechadas agora se somam a outros acordos já firmados entre as duas empresas. A Total pagará à Petrobras o valor global de US$ 2,225 bilhões, composto de US$ 1,675 bilhão à vista, por ativos e serviços, e uma linha de crédito que pode ser acionada pela estatal, no valor de US$ 400 milhões.
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Segundo comunicado entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a área de Iara engloba os campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu, que estão sujeitos a acordos de unitização com a área denominada Entorno de Iara, sob regime de cessão onerosa, na qual a Petrobras detém 100% de participação.
A Petrobras seguirá como operadora no local, sendo detentora da maior participação, de 42,5%. Com a Total atuando na área, a empresa brasileira afirma que haverá benefícios como a desoneração de investimentos e a incorporação de soluções tecnológicas para o desenvolvimento a serem estudadas em conjunto, “maximizando a rentabilidade e o volume de óleo a ser recuperado”.
Além de Iara, a Petrobras também cederá direitos de 35% para a Total na área da concessão do campo de Lapa, no bloco BM-S-9. Neste caso, a operação também será cedida para a francesa e a Petrobras ficará com 10% da área.
O campo de Lapa está em fase de produção e, com a Total como operadora, haverá benefícios para o consórcio local, de acordo com a estatal. O consórcio é integrado pela BG E&P Brasil, subsidiária da Royal Dutch Shell, com 30%, e pela a RepsolSinopec Brasil, com 25%.
A Petrobras também vendeu para a Total uma participação de 50% na Termobahia, incluindo as térmicas Rômulo de Almeida e Celso Furtado, localizadas na Bahia.
“As duas térmicas estão ligadas ao terminal de regaseificação, localizado em São Francisco do Conde, na Bahia, onde a Total terá acesso à capacidade de regaseificação visando o suprimento de gás para as térmicas”, diz a Petrobras. “Essa iniciativa constitui-se em uma parceria inovadora no mercado térmico brasileiro.”
No montante global pago pela Total pelos ativos — US$ 2,225 bilhões — também estão incluídos pagamentos contingentes no valor de US$ 150 milhões. A conclusão da operação depende de aprovações regulatórias, de acordo com aviso ao mercado.
Fonte: Valor