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Petrobras elimina quase 200 mil vagas em três anos

A Petrobras reduziu praticamente pela metade - em quase 200 mil empregados - o seu quadro pessoal, entre funcionários próprios e terceirizados, ao longo dos últimos três anos, em meio à eclosão dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. Ao fim de 2016, segundo dados publicados no formulário de referência da estatal, 186,3 mil pessoas trabalhavam no sistema Petrobras, o que representa uma redução de 50 mil trabalhadores em relação ao ano anterior.

A queda foi puxada, sobretudo, pelos programas de incentivo ao desligamento voluntário (PIDVs) de 2014 e 2016 e, no caso de terceirizados, pela redução do número de contratos com fornecedores, diante da queda dos volumes de investimentos da petroleira nos últimos anos.


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A maior parte dos cortes ocorreu entre os terceirizados: foram demitidos, ao todo, 40 mil deles só no ano passado. Desde 31 de dezembro de 2013, o número caiu 60%, de 297 mil para 117 mil trabalhadores.

Já o quadro de funcionários próprios da Petrobras totalizava, ao fim do ano passado, 68,8 mil empregados, cerca de 17 mil a menos que os dados do fim de 2013 - o último balanço anual divulgado antes de as atividades da estatal começarem a sentir os efeitos da Operação Lava-Jato e do declínio dos preços do barril no mercado internacional.

A queda do quadro de funcionários reflete, sobretudo, os PIDVs de 2014 e 2016. A estatal calcula que cerca de 13 mil empregados inscritos nesses dois programas já foram desligados. Ao todo, a Petrobras estima que as indenizações suportadas pela companhia nos dois programas somam R$ 4 bilhões. Em contrapartida, o retorno financeiro do programa, até 2021, é projetado em R$ 18,9 bilhões.

As informações todas constam do formulário de referência divulgado esta semana pela empresa. No documento divulgado ao mercado, a Petrobras admite, na avaliação de riscos, que pode enfrentar dificuldades para, no futuro, repor as perdas de funcionários inscritos nos PIDVs. A empresa cita uma possível "escassez de pessoal especializado".

"Não há garantia que a companhia será capaz de treinar, qualificar ou reter adequadamente o pessoal de gestão sênior, nem que conseguirá encontrar novos gerentes qualificados, caso haja necessidade. Isto poderá afetar negativamente os resultados operacionais e os negócios da companhia", cita a estatal, no formulário de referência.

Fonte: Valor






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