Essa última devolução de recursos, de R$ 204,5 milhões, é a maior já feita a uma vítima de desvios. "Sim, exatamente isso. Porque R$ 204 milhões de reais, com um preço de 50 dólares o barril e R$ 3,40 o dólar, equiparam-se a 1,2 milhão de barris, metade do que é produzido em média só no Brasil", escreveu.
Os valores já recuperados vieram de acordos de colaboração premiada e de leniência firmados pelo MPF. O dinheiro estava na conta da 13º Vara Federal de Curitiba e foi transferido para a estatal na quinta-feira (17). A primeira devolução foi feita em maio de 2015.
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O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador da República, Deltan Dallagnol, afirmou que não se pode considerar normal o que é anormal.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou que, além do prejuízo econômico, os atos ilícitos praticados na estatal afetaram moralmente a força de trabalho da empresa ? milhares de funcionários que nunca participaram de irregularidades. Ainda de acordo com o MPF foram assinados 70 acordos na Lava Jato e seis de leniência e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
A cerimônia de devolução ocorreu no auditório do Ministério Público Federal do Paraná, em Curitiba. No total, já foram devolvidos mais de 500 milhões de reais.
Para Divanilton Pereira, chega a ser "irritante" a notícia do montante que será devolvido à Petrobras, porque é incomparável com os prejuízos acarretados não apenas à estatal, como à economia brasileira como um todo. "Não se trata só de dinheiro". "O que nós temos satisfeito hoje é o sentimento de justiça de todo o povo que não está acostumado a ver nem um tostão retornar aos cofres públicos".
Segundo a Policia Federal, as investigações da Operação Lava Jato apontam crimes como, movimentação ilegal de dinheiro, sonegação fiscal, desvio de recursos públicos, corrupção de agentes públicos e evasão de dividas. Quando pessoas que conhecem as engrenagens do esquema de corrupção colaboram com os investigadores, abre-se um enorme leque de informações e de potenciais provas.
Assim como já fizeram vários dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, a procuradora criticou as propostas de mudanças nas 10 medidas contra a corrupção, enviadas ao Congresso como projeto de iniciativa popular, mas que tem o apoio principalmente do Ministério Público.