A Petrobras apresentou hoje ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a sua manifestação formal em relação ao direito de preferência para a segunda e terceira rodadas de licitações de blocos exploratórios sob regime de partilha de produção. A estatal optou por exercer o direito de preferência da área unitizável adjacente ao campo de Sapinhoá, na segunda rodada, e por Peroba e Alto de Cabo Frio Central, na terceira rodada.
“O posicionamento da Petrobras nestas licitações está alinhado aos fundamentos do seu plano estratégico, que prevê a sustentabilidade da produção de óleo e gás, com fortalecimento do portfólio exploratório e atuação em parcerias”, diz o texto. O direito de preferência assegura à estatal ser operadora dos campos do pré-sal escolhidos por ela.
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A diretora de exploração e produção da estatal, Solange Guedes, afirmou que o exercício de direito de preferência da companhia por determinadas áreas nos dois próximos leilões do pré-sal não significa que a empresa não participará do leilão das outras áreas, sob as quais não exerceu o direito de preferência. “Isso não significa a não participação nas outras áreas”, notou.
Para as áreas de Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Central, nas quais a estatal decidiu exercer o direito de preferência, a Petrobras será operadora com participação mínima de 30%, “tendo foco na maximização de valor do seu portfólio”. A empresa acrescentou que poderá ampliar o percentual de 30% indicado para as áreas onde está exercendo o direito formando consórcios para participar das licitações.
Durante uma apresentação teórica sobre a lógica da lei do pré-sal e do exercício de preferência, Solange explicou que, em tese, o exercício de direito de preferência da companhia por determinadas áreas não significa que a companhia não poderá participar do leilão das outras áreas, mas não informou, por ora, se a companhia participará, ou não, do leilão das demais áreas sob as quais não exerceu o direito.
No início de sua apresentação, a executiva reforçou que o foco da Petrobras no curto prazo é o reforço de geração de caixa e redução do nível de alavancagem. No longo prazo, acrescentou, a ideia é recompor o portfólio exploratório da empresa.
Áreas de fora
O exercício de direito de preferência apresentado pela Petrobras deixou de fora três áreas da segunda rodada de licitações de blocos exploratórios sob regime de partilha de produção e outras duas áreas constantes na terceira rodada.
Na segunda rodada, em que serão ofertadas áreas não contratadas unitizáveis, a estatal não exerceu preferência por Carcará e Gato do Mato, na Bacia de Santos, e Tartaruga Verde, na Bacia de Campos.
Somados, os bônus de assinatura das três áreas eram de R$ 3,3 bilhões, com o percentual mínimo de R$ 990 milhões por 30% das áreas.
No caso da terceira rodada, a Petrobras decidiu não apresentar ao CNPE manifestação em relação ao direito de preferência nas áreas de Pau Brasil e de Alto de Cabo Frio - Oeste, com bônus total de assinatura de R$ 1,85 bilhão e percentual mínimo de R$ 555 milhões.
Fonte: Valor