A Petrobrás anunciou a descoberta, em setembro, de um poço no mar em Sergipe, com mais de dois mil metros de profundidade. Distante 58 quilômetros da costa e a 90 quilômetros da capital, Aracaju, essa nova área marca a estreia da estatal naquele Estado na exploração em águas ultraprofundas. "Está no pós-sal e abre uma enorme perspectiva para a exploração e desenvolvimento da produção em áreas aqui em Sergipe", apontou, na ocasião, José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobrás.
A descoberta, segundo a empresa, reflete os investimentos que têm sido feitos na área de exploração e produção de petróleo, em Sergipe. Neste ano, estão sendo direcionados R$ 198 milhões. E até 2015, serão R$ 6,5 bilhões. "As perspectivas de continuidade de exploração e de produção são muito grandes a partir desta descoberta (em águas ultraprofundas)", destacou Gabrielli.
Sergipe ocupa a sexta posição entre os Estados produtores de petróleo, além de se destacar na história dessa indústria no país. Afinal, Sergipe abriga o campo de Guaracema, o primeiro a ser descoberto na plataforma continental brasileira, em 1968. Também é em Sergipe que está localizado o Piranema, primeiro campo marítimo em águas profundas do Nordeste brasileiro. "Esses quase 50 anos de produção em terra, e 40 em mar, indicam claramente a vocação de Sergipe para a produção e petróleo e gás", destaca Eugênio Dezen, gerente geral da unidade de operações Sergipe-Alagoas da estatal.
De acordo com a Petrobrás, em 2010 a produção de petróleo e gás em barris equivalentes, em Sergipe, foi de 63.160 barris por dia. "A empresa participa com mais 45% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado", diz Dezen, que comenta que a petroleira é a maior contribuinte em pagamento de impostos, além de maior empregadora. Em royalties, destaca recolhe mais de R$ 180 milhões por ano para.
Os resultados da estatal em Sergipe refletem a operação de nove campos. Três terrestres (Carmópolis, Siriri e Riachuelo) e seis marítimos (Guaricema, Piracema, Caioba, Salgo, Camorim e Dourado). O poço recém-descoberto, que passou a ser denominado, informalmente, como Barra, é independente dos campos existentes.
Com os investimentos anunciados até 2015, a Petrobrás espera aumentar em 40% a produção dos campos terrestres. Os campos de Camorim e Dourado, de águas rasas, deverão receber aportes superiores a US$ 1 bilhão, assim que for liberada a licença ambiental, requerida há mais de seis anos. "Esses projetos incluem a revitalização dos campos, o que prolongará o tempo de produção", diz Dezen.
A petrolífera também investirá US$ 65 milhões na Fábrica de Fertilizantes de Sergipe (Fafen-SE). A obra, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), visa aparelhar a unidade para a produção de sulfato de amônio a partir de janeiro de 2013. A empresa tem cinco gasodutos no Estado, construídos entre 2007 e 2009. Com investimentos de R$ 625,7 milhões, os gasodutos visam escoar o gás para todo o Nordeste. Parte da malha é utilizada para transportar o excedente da Bahia. Outra parte, para escoar o gás da região Sudeste.
Fonte: Valor Econômico/ Soraia Duarte | Para o Valor, de São Paulo
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