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Petrobras vai fazer leilão semanal para reduzir preço do gás

Leilões podem chegar a 22 mi de m3 por dia; estatal exigirá que empresas repassem desconto a clientes
Para forçar a queda dos preços do gás ao consumidor final e colocar no mercado o excedente não utilizado na geração de energia termelétrica, a Petrobras anunciou ontem leilões semanais de gás para as distribuidoras e cobrou das empresas o repasse do benefício aos seus clientes.
"Não queremos em hipótese alguma transferir margens da Petrobras para as distribuidoras. Queremos que o desconto chegue ao consumidor final. As distribuidoras precisam trabalhar para isso", disse a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster.
A medida atende a um pleito da indústria intensiva em gás (cerâmica, química, vidro e outras), que reclama dos altos preços do insumo no Brasil em comparação com outros países.
Desde abril de 2008 a Petrobras vende o excesso de gás em leilões e obteve desconto médio de 35% em relação aos preços dos contratos de longo prazo. Fez isso devido à crise, que reduziu o consumo industrial.
Neste mês, diz Graça, a demanda por gás não térmico voltou aos níveis anteriores à crise -cerca de 35 milhões de metros cúbicos por dia.
O objetivo agora é vender a sobra de gás destinado às térmicas. Mesmo no pico provocado pelo calor, o consumo bateu em apenas 7 milhões de metros cúbicos neste mês. Por isso, a Petrobras vai colocar à venda nos leilões até 22 milhões de metros cúbicos por dia.
Uma primeira oferta, para seis meses sem interrupção no fornecimento, será realizada no dia 16 de março. Se não forem vendidos os 22 milhões de metros cúbicos -o que é muito provável-, o restante será ofertado em leilões semanais, nos quais as distribuidoras poderão oferecer preços menores.
Foster afirmou que em um contrato de seis meses o preço é maior porque o risco é menor. Já nas ofertas semanais o custo baixa porque a Petrobras poderá mensurar o quanto vai precisar de gás para as térmicas na semana seguinte às previsões do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Assim, diz, pode ajustar melhor o preço e compará-lo com outras fontes alternativas de suprimento de gás, como a importação da Bolívia e o GNL (gás natural liquefeito).
Para "premiar" as distribuidoras que compram mais gás e promover a venda do produto, a Petrobras vai repetir o mesmo desconto obtido nos leilões semanais no preço do contrato de longo prazo (até 2012 para o gás nacional e até 2019 para o boliviano).
Graça disse assegurar que não haverá "nenhum risco" de falta de gás para as termelétricas, mesmo no período de seca dos reservatórios das hidrelétricas, que começa em abril.(Fonte: O Estado de S.Paulo/PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO)






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