São Paulo - Na noite de sexta-feira, a Petrobras anunciou o novo plano de investimentos de US$ 224,7 bilhões para os próximos 5 anos para elevar a rentabilidade, aumentando os gastos em exploração de petróleo, mas mantém o valor global praticamente inalterado ante o programa anterior.
O plano foi feito sob encomenda para agradar o mercado e o governo. De um lado, a empresa mostrou que reduziu os gastos com refino, segmento de margem apertada, e aumentou os investimentos em exploração e produção. De outro, manteve o valor próximo ao do plano anterior, reduzindo a necessidade de aumento do preço de seus principais produtos, gasolina e diesel, que vem impactando a inflação.
A área de Exploração e Produção (E&P) vai receber US$ 127,5 bilhões no período de 2011 a 2015, ante US$ 118,8 bilhões previstos no plano anterior. Já o setor de Refino, Comercialização e Transporte (RTC) terá US$ 70,6 bilhões, contra US$ 73,6 bilhões no programa passado.
A Petrobras traçou metas específicas de redução de investimentos em refinarias. Entretanto, a Braskem, braço petroquímico da Petrobras em conjunto com a Odebrecht, informou ter preparado um esboço dos estudos de engenharia para assumir a área de produção de resinas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Talvez por isso a estatal tenha reduzido investimentos em Petroquímica, de US$ 5,1 bilhões para US$ 3,8 bilhões. Na área de Gás e Energia também houve redução de US$ 17,8 bilhões para US$ 13,2 bilhões. Já no setor de biocombustíveis, onde estão incluídos os investimentos em expansão de produção de etanol e de biodiesel, serão aplicados US$ 4,1 bilhões em cinco anos, ante US$ 3,5 bilhões previstos anteriormente, até 2014.
A empresa informou que foram retirados projetos no valor de US$ 10,8 bilhões e foram incluídos US$ 32,1 bilhões em novos projetos no plano.
"Em relação aos novos projetos, 87% do valor dos investimentos são dedicados à área de E&P, sendo que boa parte é relativa à Cessão Onerosa (US$ 12,4 bilhões), compreendendo projetos de alta geração de caixa."
A estatal ressaltou que o atual plano não prevê emissão de ações, apenas endividamento, em uma faixa anual entre US$ 7 bilhões e US$ 12 bilhões, dependendo do cenário. A promessa é de alavancagem média de 29% a 26%, dependendo do cenário.
A empresa prevê gerar de US$ 125 a US$ 148,9 bilhões de caixa próprio e captar entre US$ 91,4 a US$ 67 bilhões. Pela primeira vez a estatal anuncia desinvestimentos de US$ 13,6 bilhões.
Fonte: DCI
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