Com a venda da distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) Liquigás para o Grupo Ultra por R$ 2,8 bilhões, a Petrobras se aproxima da meta de desinvestimento de US$ 15,1 bilhões no biênio de 2015 e 2016, afirmou nesta quinta-feira, 17, a gerente executiva de Aquisições e Desinvestimentos da estatal, Anelise Quintão Lara. Ela participou de teleconferência com imprensa para detalhar o contrato fechado nesta quinta-feira.
Segundo a executiva, a Petrobras vendeu até agora quase US$ 11 bilhões em ativos e espera alcançar a meta até o fim do ano, indicando que novos negócios devem ser anunciados até o fim de dezembro. O pagamento pela distribuidora de GLP, no entanto, só deve entrar no caixa da petroleira no fim de 2017.
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"Estamos muito satisfeitos com a venda", afirmou a executiva, que, durante a entrevista, reiteradamente ressaltou que o valor pago pela Liquigás ficou muito acima do esperado pelo mercado, ao mesmo tempo que atendeu às expectativas da Petrobras. A aquisição, no entanto, esbarra em limites concorrenciais, por conta da presença expressiva do Grupo Ultra neste mercado. Mas, segundo Anelise, o problema foi avaliado durante o processo de negociação da empresa e o Ultra se comprometeu a encontrar uma solução.
"A responsabilidade por resolver o problema concorrencial é do Grupo Ultra, que já está preparado para isso", disse a gerente da Petrobras. Ela argumentou também que "qualquer uma das empresas do setor que comprasse a Liquigás poderia ser questionada pelo Cade".
De acordo com a gerente da estatal, o processo de venda da Liquigás foi bastante competitivo e contou com a participação de 46 empresas brasileiras e estrangeiras, identificadas como potenciais interessadas e convidadas pela estatal a participar. A Liquigás é uma empresa "enxuta, tem performance boa e tem baixo nível de endividamento", afirmou. Ela disse também que não há passivos relevantes a serem solucionados na empresa, inclusive trabalhistas.
A Liquigás conta com 3,2 mil empregados próprios, que não são ligados diretamente à Petrobras, e, segundo a executiva, devem permanecer na empresa. Ela disse também que o Grupo Ultra ao fechar o negócio adquiriu o direito de explorar a marca, indicando que o nome da distribuidora deverá ser mantido.
Fonte: Diário da Região