Segundo BNDES, setor deve investir R$ 378 bi até 2014; só 11,9% é referente ao pré-sal
O setor de petróleo e gás natural já representa mais de 60% dos investimentos industriais no país.
Levantamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostra que os gastos com refino, exploração e produção somam R$ 378 bilhões de 2010 a 2014.
Os dados indicam que a concentração de investimentos da indústria no setor de petróleo deve se acentuar mais nos próximos anos.
Só 11,9% dos investimentos previstos nestes quatro anos são referentes ao pré-sal -apenas uma fração do esperado em etapas posteriores de produção.
"O desafio é trazer esse investimento para dentro da indústria brasileira. Até agora, a capacidade dela ficou aquém do que se desejaria", afirmou Ernani Teixeira, economista do banco.
Relatório da Agência de Informações de Energia dos EUA destaca que o Brasil é hoje o nono maior consumidor de energia no mundo e que as recentes descobertas de petróleo no pré-sal podem fazer do país um dos maiores produtores mundiais.
O BNDES conseguiu mapear R$ 1,6 trilhão em projetos de investimento até 2014, o equivalente a cerca de 50% de todos os investimentos a serem feitos no país.
O banco estima que o montante total de recursos em investimentos, incluindo também as pequenas empresas, chegue a R$ 3,3 trilhões.
Segundo Teixeira, o cenário instável da economia mundial e o seu efeito sobre os setores industriais dificultaram o levantamento.
Teixeira destaca a siderurgia como um dos setores mais afetados pela crise.
"Alguns projetos foram colocados em banho-maria. A dificuldade do setor é ganhar mercado no exterior", disse.
Mesmo com os entraves, o banco projeta que o país crescerá a um ritmo de 5,8% ao ano no período de 2010 a 2015. O patamar é superior à projeção de crescimento da economia mundial, de 3,5%.
Para manter a economia em expansão, o banco estima que a taxa de investimento deverá subir gradativamente até alcançar 22,4% em 2014. Nos cálculos do BNDES, a taxa de investimento de 2010 foi de 18,9% e o PIB cresceu 7,7%.
Um fator decisivo para a expansão, segundo o banco, será o investimento em infraestrutura, liderado pelos setores de energia elétrica e logística. A previsão é que o volume de investimentos no período chegue a R$ 380 milhões, 54% mais do que o realizado de 2006 a 2009.
Fonte: Folha de São Paulo/JANAINA LAGE/DO RIO
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