Onovo plano de investimentos da Petrobras, previsto para o período de 2010-2014, só deverá sair após a aprovação do novo marco regulatório, disse, na sexta-feira, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. "Não faz sentido algum aprovar um plano se estamos prestes a fazer uma capitalização do porte previsto no novo marco. Isso muda tudo", disse.
A revisão do plano estratégico da empresa estava prevista para sair até o final do primeiro trimestre. Segundo fontes do setor, havia uma pressão da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que todas as discussões tivessem sido concluídas para que o plano pudesse ser divulgado até o dia 31 de março, prazo final para que ela se desincompatibilize do governo para dedicar-se exclusivamente à sua candidatura à Presidência da República.
O diretor da Petrobras negou, porém, a existência desta pressão. "Eu desconheço esta possibilidade", disse. A capitalização a que se refere Barbassa, prevê a cessão onerosa por parte do governo federal de 5 bilhões de barris que estão sendo localizados na área do pré-sal da Bacia de Santos, próximo ao polo de Tupi, onde a Petrobras já localizou algo em torno de 14 bilhões de barris, apenas entre as descobertas com volumes revelados.
A Petrobras deve lançar ações para pagar ao governo por estes barris e aumentar seu capital. A expectativa do mercado é que essa emissão ultrapasse o volume de negócios da companhia, que está sendo revisado para os próximos cinco anos, passando os US$ 200 milhões. Pelo atual plano de investimentos em vigor, estão previstos US$ 174,4 bilhões, dos quais US$ 30 bilhões teriam sido aplicados já em 2009.
redução. No início do ano passado, quando divulgou o planejamento o presidente da companhia José Sérgio Gabrielli, afirmou que a estatal iria buscar uma redução dos valores a serem contratados por conta da retração da economia mundial. Em alguns casos isso pode ser verificado, como na contratação de máquinas e equipamentos para a construção da Refinaria de Pernambuco, que está sendo construída em parceria com a PDVSA.
Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou que em cinco pacotes contratados havia conseguido uma redução de US$ 6 bilhões. Porém, a própria refinaria teve acréscimos de custos no escopo do projeto que elevaram a projeção inicial de investimentos na unidade, de algo em torno de R$ 8 bilhões para R$ 23 bilhões.
O novo plano também deverá trazer um aumento dos investimentos em outra refinaria, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em recente entrevista, o diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou a intenção da empresa de dobrar a capacidade de processamento da unidade, de 150 mil para 300 mil barris por dia, focando principalmente na produção de óleo diesel. Além disso, a área petroquímica deverá receber reforços de investimentos para os próximos anos, já que há expectativa no mercado que, em face da nova configuração do setor, haja uma expansão dos negócios internacionais nesta área, com a aquisição de centrais petroquímicas estrangeiras.(Fonte: Jornal do Commercio/kelly Lima/Da agência Estado)
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