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Plataforma gigante marca novo momento do petróleo no Estado

Angra dos Reis - Nos últimos anos, o Espírito Santo tem sido o grande protagonista do salto de produção de petróleo e gás do país. O Estado produzia, em 2000, entre 10 e 12 mil barris de óleo por dia. Dez anos depois, a Petrobras vai batizar hoje uma plataforma que, sozinha, vai responder pela produção de 180 mil barris diários da produção do Estado. "É uma grande virada protagonizada pelos capixabas", sublinhou ontem, em coletiva em Angra dos Reis, o gerente executivo Sul-Sudeste da Petrobras, José Antonio de Figueiredo.

O batismo da maior plataforma de exploração de óleo e gás do Estado, a P-57, que custou US$ 1,2 bilhão à Petrobras, acontece hoje, em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Com capacidade de processar 180 mil barris de óleo e 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, essa é a primeira plataforma gigante da Petrobras a entrar em operação em três anos.

A P-57 vai operar no campo de Jubarte, no Parque das Baleias, a 80 quilômetros da costa. Ela ficará ancorada a uma profundidade de 1.260 metros. A chegada da plataforma gigante é fundamental no plano de expansão da Petrobras no Estado. O Espírito Santo é hoje o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, com 250 mil barris por dia. A expectativa é fechar o ano de 2010 com uma produção de 300 mil barris e o de 2011 batendo em 400 mil. Em 2015, serão mais de 500 mil barris por dia no Estado.

"Até o final deste ano, a P-57 deve estar produzindo 30 mil barris. No começo de 2012, ela atingirá sua capacidade máxima. Até 2014, os campos do Espírito Santo receberão a Cidade de Anchieta, com capacidade para produzir 100 mil barris/dia, e a P-58 que terá uma capacidade igual a da P-57. Nossa meta é atingir os 500 mil barris até 2015, mas os nosso desejo é antecipar esse volume e chegar em 2015 produzindo mais do que o estabelecido pela meta", afirmou Figueiredo.

Depois da cerimônia de batismo, que contará com as presenças do presidente Lula, do governador Paulo Hartung e do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, a P-57 parte rumo ao campo de Jubarte, onde já há estacas para a ancoragem e poços prontos para o início da produção. Em novembro deve ser retirado o primeiro óleo. Em funcionamento, a P-57 operará interligada a 22 poços, sendo 15 produtores e 7 injetores de água.

Os 2 milhões de m3 de gás que serão produzidos pela plataforma serão escoados, por um gasoduto submarino que está pronto, para a Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba, em Anchieta. A unidade já está em fase de testes e, em 15 de outubro, estará apta a funcionar. (O repórter Abdo Filho viajou a convite da Petrobras.)

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P-57: inovadora em relação à segurança na exploração

A segurança da nova plataforma foi tema abordado pelos executivos da Petrobras. Segundo eles, o grande diferencial da P-57 será a adoção de um método inovador para levar o óleo do reservatório à plataforma. As bombas serão instaladas em um compartimento especial no leito do mar, separado dos poços produtores.

"Vamos trabalhar com óleo pesado, mais difícil de ser bombeado. Quando esses equipamentos apresentarem problemas, não será preciso entrar no campo para fazer a troca, o que torna a operação mais segura", disse o gerente de engenharia da Petrobras, Pedro José Barusco.

A construção do gasoduto Sul-Norte, que levará gás do Parque das Baleias e de Golfinho para a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares, foi confirmada pelo gerente Sul-Sudeste, José Antonio de Figueiredo. "É uma necessidade. O UTG Sul, com capacidade de processar 2,5 milhões de metros cúbicos dia não vai dar conta. Vamos fazer um gasoduto submarino até Cacimbas, onde haverá capacidade de se processar até 20 milhões de metros cúbicos. É um projeto para 2012".

Ela é das grandes
A gigante tem o comprimento de três campos de futebol e altura equivalente a 30 andares

Operação: Campo de Jubarte

Profundidade: até 1.260 metros.

Capacidade de produção de óleo: 180 mil barris/dia.

Capacidade de compressão de gás: 2 milhões de m3 dia.

Comprimento: 312 metros (três campos de futebol).

Largura: 56 metros

Altura máxima: 105 metros (equivalente a um prédio de 30 andares).

Acomodações: 110 pessoas.

Peso: 54 mil toneladas.

Tecnologia: O sistema de produção da P-57 está equipado com uma tecnologia inédita de coleta de dados sísmicos em 4D, instalada permanentemente no leito marinho. Essa solução permitirá maior agilidade na obtenção de dados sísmicos, melhorará a qualidade de interpretação do reservatório e otimizará a produção.


R$ 1,2 bilhão
Expansão de centro de pesquisa

A Petrobras está investindo R$ 1,2 bilhão na expansão de seu centro de pesquisa, o Cenpes, localizado na Ilha do Fundão. A segunda fase desse processo será iniciada hoje, na presença do presidente Lula e do presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. Entre as novidades estão laboratórios para desenvolvimento de tecnologias para o pré-sal, de peteoquímica, gás-química - voltado para a indústria de fertilizantes - e biocombustíveis. Com a expansão, o Cenpes vai ocupar mais 300 mil m2 no Fundão e se tornará um dos maiores centros de pesquisa do setor no mundo. Além dos laboratórios da Petrobras, outras empresas da cadeia produtiva do petróleo, como a brasileira Usiminas e a francesa Schlumberger também estão contruindo unidades no Parque Tecnológico da UFRJ.

Em seis meses
Estaleiro Inhaúma entra em operação

A Petrobras estima que em seis meses o estaleiro Inhaúma, no Porto do Rio, estará em operação, o que permitirá que cascos como os usados para construção da Plataforma P-57, que será batizada hoje em Angra dos Reis sejam feitos no Brasil. O casco da P-57 foi convertido em Cingapura. O orçamento é de R$ 40 milhões e, quando ficar pronto, vai permitir que o conteúdo nacional das plataformas da Petrobras seja elevado em 10 pontos percentuais.

Ações
4% de queda

A queda de cerca de 4% das ações da Petrobras levou junto a Bolsa local, que fechou em baixa após quatro pregões seguidos de ganhos, com o principal índice abaixo de 71 mil pontos e mostrando desempenho pior que Wall Street. As ações da ordinárias da Petrobras fecharam em baixa de 3,98%; já as preferenciais tiveram queda de 4,15%.

Fonte: A Gazeta (Vitória) ES/Abdo Filho

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