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Polo naval gera 6,5 mil empregos no Amazonas

Enquanto a indústria de construção naval no restante do Brasil mergulha cada vez mais em dívidas bilionárias e registra mais de 50 mil empregos perdidos, a principal entidade do setor no Amazonas, Sindicato da Indústria da Construção Naval do Amazonas (Sindnaval) comemora a posição de estabilidade da indústria na região. Atualmente, são quase 6,5 mil empregos diretos que estão sendo mantidos graças às encomendas de empresas da própria região. No ano passado, o setor cresceu 4,5% em comparação a 2015.

Dados de postos de trabalho do setor vão na contramão do restante do país, que já demitiu mais de 50 mil funcionários


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O termômetro usado pelos empresários do setor para medir o nível de produção é a quantidade de aço consumida em um ano, tanto de exportações da China e outros países, como até da própria produção local. Quanto a esse dado, o presidente do Sindnaval, Matheus Araújo, informou que estima que o consumo médio de aço do Amazonas é de até 40 mil toneladas por ano, e até o fim de 2017, deve chegar a um crescimento de 8%, podendo alcançar 42 mil toneladas.

”A indústria naval do Amazonas está estabilizada, não sofreu decréscimo e, pelo contrário, estamos com bons resultados em relação ao restante do
país”, comemora.

Araújo conta que 80% da produção do Amazonas é feita em Manaus e explica que a carteira de encomenda do Estado é impulsionada pela produção e transporte de soja. Além disso, são as encomendas de embarcações para o mercado de passageiros que mantêm as construções aquecidas.

A informação aponta que o transporte de grão no Arco Norte tem mobilizado bastante as empresas, principalmente, com a cheia dos rios, entre eles o Madeira, onde ocorre boa parte das importações do Mato Grosso, por meio dos portos de Itacoatiara e Santarém (PA).

A mão de obra se encontra estabilizada por conta da variação percentual equilibrada de contratações e demissões entre 5% e 8%, conforme o Sindnaval-AM

A mão de obra se encontra estabilizada por conta da variação percentual equilibrada de contratações e demissões entre 5% a 8% para mais ou para menos, de acordo com dados do Sindnaval-AM. “O mercado é demandado pelo navegador da Região Norte e mais 15 outros Estados, como Maranhão e Bahia, que fazem encomenda de embarcação dos estaleiros de Manaus”, disse Matheus Araújo.

Cenário nacional

A situação decadente da construção naval pelo restante do país se agravou após uma das maiores clientes de estaleiros das Regiões Sul e Sudeste ser diretamente afetada pela crise política e econômica com o estouro da operação Lava Jato. Matheus contou que o polo naval do Estado do Rio Grande do Sul perdeu mais de 30 mil postos de trabalho, sendo a maioria nos estaleiros do município de Rio Grande. O outro Estado em crise é o Rio de Janeiro com, aproximadamente, 28 mil demissões.

Matheus salientou que nesse setor, os estaleiros que têm um único cliente estão em situação negativa. “Graças a Deus que todos nós temos trabalho. Nós somos o segundo maior polo naval do país em volume. Não temos a Petrobras como nossa única cliente, nossos estaleiros vivem dos empresários da Amazônia”, completa Araújo.

O Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mantém dados que apontam que, de 40 estaleiros no Brasil inteiro, 12 já estão totalmente paralisados e sem encomendas, enquanto que os demais que continuam operando apresentam baixo ritmo de produção.

Entre os estaleiros que ainda funcionam estão os da Região Norte, impulsionados por encomendas que se diferenciam das predominantes nos demais Estados. Desses estaleiros que já se encontram paralisados, cinco já entraram com medida de recuperação judicial, entre outros fatores, com dívidas acumuladas e seus principais sócios envolvidos nas investigações da operação Lava Jato da Polícia Federal.

Fonte: Em Tempo






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