Diante do grande volume de investimento necessário para financiar os projetos de exploração de petróleo no pré-sal, os gestores brasileiros estão estruturando fundos de private equity para financiar a cadeia de fornecedores da Petrobras, que deverão somar um volume extra de recursos de cerca de R$ 4 bilhões.
Depois da Caixase associar ao Banco Modalpara o lançamento do primeiro fundo com foco nesse setor, agora o Banco do Brasilestá selecionando gestores para o lançamento de um fundo de investimento em participações (FIP) voltado para o segmento de óleo e gás. A previsão inicial de captação era de R$ 1 bilhão.
A CR2 Guittifoi uma das que participaram do processo de seleção. A gestora já estava trabalhando na estruturação de um FIP com foco na cadeia de fornecedores. Com a entrada de Rodolfo Landim (ex-EBX e BR Distribuidora) e Demian Fiocca como sócios, a empresa passou a se chamar Mare Investimentose planeja lançar um segundo veículo, voltado agora para a captação com investidores estrangeiros. "A perspectiva é lançarmos ainda no primeiro trimestre um fundo voltado para investidores institucionais locais, basicamente com fundos de pensão, que deverá levantar algo em torno de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões e já estamos trabalhando para lançar um segundo fundo, destinado para estrangeiros, cuja expectativa é captar entre US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão", afirma Nelson Guitti, sócio da Mare.
Os dois fundos poderão realizar aportes conjuntamente dependendo da oportunidade. A ideia é investir em cinco a sete negócios com o primeiro fundo. "Devemos aplicar, em média, R$ 100 milhões por empresa, que tenham faturamento anual acima de R$ 250 milhões. O objetivo não é ser majoritário, mas queremos ter gestão compartilhada", diz Guitti.
Para identificar as oportunidades, Guitti, com formação em engenharia, conta com a experiência de 24 anos na Petrobras, em que chegou a trabalhar em diversos segmentos, com passagem pela superintendência de engenharia da estatal, Petrobras Gás (Gaspetro) e BR Distribuidora.
Com atuação na área de estruturação de dívida, a gestora Valoratambém está montando seu primeiro fundo de private equity com foco em empresas de serviços, bens de capital e equipamentos do setor de óleo e gás. A meta é levantar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões com investidores nacionais e estrangeiros. "Há uma grande lacuna na capacidade instalada e as empresas da cadeia de fornecimento precisarão de financiamento para atender a demanda por equipamentos e serviços", diz Daniel Pegorini, diretor da gestora.
A gestora Plural Capital, que tem como presidente e vice-presidente os ex-sócios do Banco Pactual, Rodolfo Riechert e André Schwartz, é outra que está estruturando um veículo para investir na cadeia produtiva de petróleo. A expectativa é captar cerca de R$ 500 milhões, para aplicar em empresas com faturamento anual entre R$ 250 milhões a R$ 700 milhões, que já estejam bem posicionadas.
A previsão é entrar com processo de registro do fundo já no início do ano que vem. "Hoje, o tamanho do patrimônio dessas empresas limita uma alavancagem maior dessas companhias com dívida", destaca Humberto Tupinambá, responsável pela área de óleo e gás da Plural. Antes de integrar a equipe da gestora, o executivo atuou na estruturação da área de private equity do Banco Modal e no lançamento do primeiro fundo com foco no setor de óleo e gás.
O ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), David Zylbersztajn, em parceria com a BR Investimentostambém estão estudando investir em empresas para financiar projetos ligados à cadeia de fornecimento.
Fonte: valor Econômico/Silvia Rosa | De São Paulo
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