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Pré-sal estimula parcerias da Petrobras com instituições de pesquisa

Durante a X Conferência da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), que aconteceu entre 26 e 28 de abril na sede da Federação das Indústrias do Paraná, a palestra do gerente-executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Carlos Tadeu da Costa Fraga, teve foco nas recentes atividades inovativas da Petrobras. Mas as perguntas do público, composto por acadêmicos, empresários, gestores e jornalistas de todo o país, concentraram-se praticamente num único tema: o pré-sal.
O interesse pelo assunto é compreensível, na opinião de Fraga: “Estamos falando de um aporte de recursos naturais que não foram descobertos na última década. Hoje, ainda não existe produção de petróleo extraído de rochas como da camada do pré-sal”, afirmou. E, de acordo com o executivo, o pioneirismo da Petrobras na extração de petróleo superprofundo dependeu e continuará dependendo de inovação tecnológica - “o maior vetor de sucesso empresarial”.
Estimativas preliminares indicam que as reservas no pré-sal - que vão do sul do Espírito Santo até a costa de Santa Catarina, numa extensão de 800 km, - podem conter hidrocarboneto num volume igual a tudo o que a Petrobras concentra em todas as reservas. “Trata-se de dobrar a capacidade da companhia”, ressaltou Fraga. A meta da Petrobras é atingir um milhão de barris de óleo extraídos por dia na região do pré-sal até 2018.
“E não se desenvolve trabalhos inovadores sem pessoas qualificadas”, reiterou o executivo. Em termos de recursos humanos para inovação, a Petrobras vai bem: são 1.610 funcionários (do total de 55 mil que trabalham na empresa) dedicados à pesquisa e desenvolvimento, sendo 783 pesquisadores, 323 engenheiros e 504 técnicos operando as instalações experimentais. Dentre os pesquisadores, 48% são mestres e o restante tem doutorado concluído (24%) ou estão cursando doutorado (28%).
Do ponto de vista da capacitação de recursos humanos, as parcerias com universidades e instituições de pesquisas nacionais são fundamentais. Hoje, a Petrobras já trabalha em cooperação com 80 universidades e instituições de pesquisa de 19 estados do país. “Esses laboratórios catalisam o processo porque formam recursos humanos e possibilitam que testes, que antes eram feitos fora do país, agora sejam feitos em território nacional”, afirmou.
Fraga disse ainda que a Petrobras tem sido muito procurada por empresas que querem fornecer produtos para a extração no pré-sal. “Há interesse desde que a relação com os fornecedores não seja estritamente comercial. Queremos fazer mais parcerias com universidades e institutos de pesquisa”, comentou. Um exemplo dessas parcerias está no Parque Tecnológico do Rio, que abriga o Cenpes, dentre outros centros, dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Lá, quatro companhias - Usiminas, Schlumberger, FMC Technologies e Baker Hughes -, estão construindo novos centros tecnológicos com o objetivo de fornecer para a Petrobras, interagindo e cooperando com a UFRJ.
Energias renováveis
Apesar da Petrobras pertencer ao setor de óleo e gás - e, inclusive, ter sido considerada a empresa mais inovadora do setor recentemente, de acordo com a revista Fortune, - e de estar focada no pré-sal, o investimento em energias sustentáveis integra um dos principais eixos-chave da empresa. A ideia, de acordo com Fraga, é aumentar o mix de produtos, incluindo energias eólica, solar e biocombustíveis - que já representam 3% dos dispêndios em pesquisa e desenvolvimento da companhia. Em 2009, os gastos totais com P&D na Petrobras chegaram U$S 35,1 bilhões e, neste ano, ainda devem aumentar em 25%.
“Os investimentos nas energias fósseis é muito maior porque esse é o foco da nossa atividade, mas já sabemos que o custo das energias eólica e solar é razoavelmente competitivo em comparação às demais energias”, comentou o executivo. Ele acredita que muito em breve haverá uma explosão de políticas públicas em todo o mundo voltadas a essas energias.
A X Conferência da Anpei começou na segunda-feira, 26, e terminou na quarta-feira, 28 de abril. Parte das discussões dará base para a IX Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontecerá de 26 a 28 de maio, em Brasília, sob o tema “Desenvolvimento sustentável”.

Fonte: ComCiência/Por Sabine Righetti, Curitiba


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