O gerente geral da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará, Joelson Falcão Mendes, disse ontem que a empresa deverá iniciar a exploração em águas profundas no Rio Grande do Norte no segundo semestre de 2011. O projeto foi antecipado por ele à Tribuna do Norte, em janeiro deste ano, ocasião em que não havia, porém, especificado quando começaria a concretizar a “campanha exploratória”. A investida se soma a outras da companhia para recuperar a produção de petróleo e gás na bacia potiguar, que, principalmente para o gás, vem declinando nos últimos anos.
O valor do investimento e estimativas sobre o potencial dos blocos de exploração ainda não foram revelados pelo executivo. No Ceará, entretanto, onde também são previstas incursões em águas profundas, com a perfuração de dois poços em 2011, o desembolso é estimado em pelo menos R$ 100 milhões, segundo informações do jornal O Povo. No Rio Grande do Norte, a previsão é perfurar um poço. E para discutir o impacto ambiental do projeto, a estatal deverá realizar audiência pública no próximo sábado, no município de Areia Branca.
“Nosso trabalho em terra é extremamente importante. Mas nós temos muita esperança de conseguir mudar de patamar no mar. Tanto em águas rasas, quanto em águas profundas, quanto em águas ultraprofundas”, disse Mendes, em entrevista anterior, ao comentar investimentos na exploração marítima nas regiões Norte e Nordeste.
Exploração que promete e é também cara. O custo médio de um poço de petróleo gira em torno de R$ 10 milhões em águas rasas e em terra fica na casa do R$ 1 milhão. Em águas profundas, o custo médio gira em torno de R$ 50 milhões. O custo dos equipamentos é um peso a mais. O aluguel de uma plataforma para perfurar em águas rasas sai por US$ 75 mil por dia. Em águas profundas o preço pode ser seis vezes maior, segundo estimativas feitas pela companhia em janeiro de 2010.
A exploração marítima tem sido apresentada como aposta para recuperar principalmente a produção de gás. No caso do RN, enquanto a produção de petróleo aumentou 5% em março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010, a de gás caiu 8,28%, em decorrência do declínio natural dos campos.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal/Renata Moura
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