Microempresários do setor de transporte fluvial de cargas e passageiros, no Amazonas, têm recorrido aos empréstimos para renovar a frota naval de pequeno porte do Estado. Além de investir na construção de embarcações, eles também usam o dinheiro para comprar máquinas e equipamentos, assim como obter capital de giro para suas atividades.
Um dos órgãos procurados é a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam). Na agência governamental, os limites de créditos para investimentos – fixo ou misto – chegam ao valor de R$ 90 mil, enquanto que para o investimento financeiro esse valor chegar a R$ 12 mil.
De acordo com a Afeam, a participação no financiamento ocorre de acordo com o sistema de classificação de clientes da agência, e pode variar de 60% a 100% da necessidade do solicitante, cujos encargos financeiros serão de 6% ao ano, com bônus de adimplência de 25% sobre os juros.
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Entre os itens financiáveis com investimento fixo, o empresário pode receber recursos para a aquisição de embarcação, sendo nova ou usada, em alumínio naval, aço naval ou madeira, como: canoas, botes, lancha, barco e balsa. E, também, na aquisição de máquinas, equipamentos e acessórios, como reversor, grupo gerador, bomba d’água, motor de popa, motor de centro ou de centro rabeta, eixos, hélices, túnel, holofotes, Sonar, GPS, coletes e boias.
Os limites de créditos para investimentos – fixo ou misto – chegam ao valor de R$ 90 mil
O microempresário pode ainda usar o dinheiro para a reforma de embarcação em alumínio, aço naval ou madeira, para a construção ou conclusão de embarcação, entretanto, somente em alumínio e aço naval e para reforma de máquinas, tipo motor, reversor e grupo gerador.
Para investimento financeiro, a agência fomentadora disponibiliza recursos para capital de giro que visam a custear despesas de viagens em itens, como combustível, alimentos, pequenos reparos e para regularização na Capitania dos Portos, e com serviço de engenharia naval, como planta da embarcação, arranjos e até os projetos.
Segundo o diretor administrativo da Cooperativa dos Profissionais do Transporte Fluvial (Acamdaf), Evanildo Teles, 46, entidade em funcionamento na marina do Davi, Zona Oeste, a maioria das embarcações dos associados foi financiada pela Afeam. “Temos 53 associados e quase 80% foram beneficiados por esses recursos. A busca pelo recurso foi facilitada, pois apresentamos um aval solidário entre cinco associados. Com essas pessoas sendo avalistas umas das outras, nosso crédito melhorou e facilitou o pagamento”, conta.
O comandante Antônio Barbosa, 58, da Cooperativa Turismo, explica que já fez dois financiamentos na Afeam em valores menores. Porém, ao tentar financiar um motor com um valor maior, de quase R$ 50 mil, o recurso não foi aprovado. “Queria que a Afeam financiasse um motor de segunda mão, pois um novo está caro, mas eles só financiam os comprados nas lojas especializadas”, destaca o comandante.
Entidade defende expansão
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval de Manaus (Sindnaval), Matheus Araújo, os recursos disponibilizados pela Afeam vêm em boa hora para ajudar os pequenos e médios empresários do ramo de transporte fluvial. Porém, segundo ele, os grandes empresários não são beneficiados pelos recursos.
Conforme o presidente do Sindnaval, o valor, por ser menor, daria para o microempresário adquirir, por exemplo, uma lancha de pequeno porte para fazer o transporte de passageiros em percursos menores. Também, segundo ele, o dinheiro poderia ser aplicado para manutenção, aquisição de acessórios, reforma de embarcação e melhoria dos equipamentos.
“Para as grandes construções, não há recursos suficientes. O valor disponibilizado vem em um bom momento, quando o país vem enfrentando uma crise econômica. Apesar de pouco, esses recursos são uma alternativa que traz geração de emprego e renda”, destaca Araújo.
Fonte: Portal Em Tempo