“Não há crise no setor naval”. A afirmação é do presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, sobre os reflexos das investigações da Operação Lava-Jato. As demissões relacionadas a paralisação de obras no Comperj, incluindo montagem e a construções de equipamentos, atingem empresas que contratam trabalhadores metalúrgicos o que explica informações divulgadas pelo Sindicato dos Trabalhadores, no Estado do Rio de Janeiro.
Os estaleiros brasileiros, segundo ele, trabalham com contratos de dois grandes programas de construção de navios: o Programa de Modernização da Frota e Expansão de Frota (Promef), contatado pela Transpetro, com obras até 2020; e o Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam), também com obras até 2020, contratado por empresas privadas que venceram licitação da Petrobras para prestação de serviços de apoio marítimo que incluem suprimentos, reboque e posicionamento de plataformas, e apoio a operações submarinas.
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- Estão em construção 12 plataformas de produção de petróleo e a integração de módulos para três plataformas, cujos cascos foram reformados em estaleiros internacionais, contratadas diretamente pela Petrobras, após licitação. Além desses segmentos, em que se concentram o maior volume de receita, permanecem com demanda em expansão a construções de rebocadores portuários e comboios para transporte fluvial - disse, acrescentando que a construção naval é setor de ciclo longo de planejamento e em 2015 seria o momento de iniciar o planejamento de novas encomendas para assegurar a ocupação e o emprego dos estaleiros a partir de 2018.
Sete Brasil - O presidente do Sinaval manifesta preocupação com as dificuldades de obtenção de financiamentos à Sete Brasil que contratou 28 sondas (navios e plataformas para perfuração no leito marinho) a cinco estaleiros brasileiros, cujos serviços de perfuração foram contratados pela Petrobras.
- Esta é situação de crise que existe e que resulta na suspensão de pagamentos aos estaleiros no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia e Espírito Santo.
Rocha considera que a queda do preço do petróleo é o maior risco ao setor devido ao impacto no plano de negócios futuro da Petrobras. A demanda futura de novas plataformas de produção de petróleo pode ser afetada, em função da alteração de prazos no desenvolvimento de novas áreas de produção. “As boas notícias sobre aumento das reservas de petróleo da Petrobras e a declaração do potencial comercial de novos campos produtores foram ofuscadas pela queda dos preços do barril do petróleo.”
Ariovaldo Rocha disse ainda que os estaleiros brasileiros empregam 79 mil pessoas, diretamente, segundo as estatísticas de fevereiro de 2015.
- A construção de navios e plataformas de petróleo prosseguem normalmente. A carteira de encomendas dos estaleiros, divulgada pelo Sinaval semestralmente, apresenta 324 embarcações em construção, ao final de 2014, entre navios de diversos tipos, plataformas de petróleo e sondas de perfuração.
No Estado do Rio de Janeiro, conforme disse, os 17 estaleiros de grande e médio porte empregam 33.400 pessoas na construção de petroleiros, navios de apoio marítimo, plataformas de petróleo, sondas e reparos.
Em Niterói, o Mauá está contratando pessoal para obra de reparos em sonda de perfuração, contrato recém-conquistado com uma empresa internacional. E acrescentou que gerentes de RH dos estaleiros do Rio de Janeiro, reunidos na sede da entidade no último dia 25, confirmaram o emprego no segmento no estado, informando que neste primeiro semestre diversos estaleiros estão contratando pessoal.
Fonte: Monitor Mercantil