Do Rio - O Estaleiro Mauá, de Niterói (RJ), está conduzindo um processo de demissões que deve levar a empresa a reduzir de forma drástica o número de empregados. O Mauá tem cerca de 4 mil funcionários, número que poderia cair para um patamar entre 2,5 mil e 3 mil pessoas. Os cortes seriam motivados por problemas de gestão, disse Edson Carlos Rocha da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói. Na segunda-feira teriam sido demitidas cerca de 100 pessoas, número que se soma a outros 300 empregados dispensados na sexta-feira, disse Silva.
Segundo ele, já havia sinais de que a empresa enfrentava problemas com um número de empregados por função acima do necessário. O Mauá estaria sem depositar o FGTS dos funcionários desde outubro de 2009. Algumas pessoas foram colocadas em férias sem saber se voltarão a trabalhar. Fontes do setor disseram que o Mauá não tinha feito ajustes de pessoal até agora na expectativa de receber novas encomendas da Petrobras.
O estaleiro assinou este ano contrato de arrendamento com a Andrade Gutierrez para disputar encomendas da Petrobras e de outras empresas que operam na exploração e produção de petróleo e gás. A Andrade Gutierrez é uma das empresas que apresentaram propostas para a construção de navios-sonda para a Petrobras em licitação cujo resultado ainda não foi definido pela estatal.
O Mauá não se pronunciou. O estaleiro é ligado ao Grupo Synergy, de Germán Efromovich, que também controla o Estaleiro Ilha S.A. (Eisa). Manoel Ribeiro, que dirige o Eisa, foi indicado por Efromovich para assumir a operação do Mauá no lugar de Domingos D'Arco, transferido para a área comercial. Segundo o Valor apurou, ao assumir, Ribeiro anunciou que teria que reduzir para 2,5 mil o número de empregados. Ribeiro foi procurado, mas não foi localizado.
Também ontem o BNDES anunciou que aprovou financiamento de R$ 2,6 bilhões para que a Transpetro adquira sete navios-tanque encomendados ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O banco também aprovou crédito de R$ 1,3 bilhão para o estaleiro, que utilizará os recursos para financiar parte da produção das embarcações. O financiamento do BNDES à Transpetro corresponde a 90% do valor do investimento para conclusão e entrega dos navios. Os dois projetos serão realizados com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), como parte Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). (FG, com colaboração de Rafael Rosas).
Fonte:Valor Econômico
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