Tecnologia pela competitividade

Estaleiro São Miguel investe na gestão para acelerar processos sem aumento expressivo de mão de obra — De olho em fechar novos contratos, o estaleiro São Miguel (RJ) investiu em tecnologia para otimizar sua operação. O coordenador de planejamento e controle de produção do estaleiro, Edson Salles, afirma que a unidade de construção e reparo de embarcações está implantando sistemas com informações em tempo real para os departamentos industrial e administrativo. As soluções, implantadas no estaleiro em fevereiro de 2013 pela empresa Aptus, permitiram redução de 30% na quantidade de homens/hora disponíveis para esse trabalho.

O sistema foi desenvolvido para ser operado por técnicos e encarregados que, diariamente, fazem os levantamentos de informações operacionais através de coletores de dados similares aos de aeroportos. Os coletores enviam para terminais de carga e descarga informações referentes à decorrência de cada ordem de serviço executada pelas equipes de trabalho durante as etapas dos projetos. A implantação do leitor de código de barras permitiu a diminuição do tempo de processamento das informações da produção, que antes levava três a quatro dias e agora pode levar menos de um dia.

Os dados são processados e convertidos em relatórios com indicação de ajustes e direcionamentos a serem feitos. De acordo com a Aptus, o maior ganho promovido pelo sistema está no tempo de soluções propostas e no controle total dos projetos. O diretor comercial da empresa, Sandro Vertoni, explica que o objetivo das ferramentas é a maior eficiência dos projetos, a partir da análise do tempo de trabalho empregado para cada etapa e a mensuração das horas produtivas. “Num segundo momento, é possível ainda obter uma previsibilidade das horas que poderão ser empregadas às etapas de projetos futuros”, completou Vertoni.

Localizado em uma área de 20 mil metros quadrados no município fluminense de São Gonçalo, o São Miguel está em operação desde a década de 1970. Recentemente, o estaleiro foi remodelado para atender às novas demandas do mercado para construções, reparos e modernização de embarcações de apoio marítimo e offshore, com alto valor tecnológico agregado (PSVs, OSRVs e AHTSs). A unidade conta com dois diques secos e estrutura capaz de entregar até seis embarcações do porte de um PSV 4500, por ano.

A gerente de planejamento e controle do estaleiro, Janaína Martins, destaca que a última embarcação entregue à Petrobras teve antecipação de um ano no prazo previsto, influenciado pelo novo perfil de gestão do terminal. Ela observa que os estaleiros, de uma forma geral, não desenvolvem ferramentas de gestão que os tornem mais eficientes.

O coordenador de planejamento e controle de produção do estaleiro diz que o estaleiro iniciou o projeto para otimizar o sistema virtual de planilhas que já não estava atendendo à demanda. O estaleiro projeta dobrar as atuais 300 toneladas de aço processadas por mês na unidade já em 2014. Salles conta que o São Miguel e a Aptus estudam nova solução para controle de documentação.

Desde 2012, o estaleiro São Miguel busca acompanhar a tendência do setor na busca pela eficiência dos serviços prestados “A área naval é muito manufaturada, quase artesanal. Precisávamos de um sistema de apontamento de horas de trabalho eficiente, com respostas rápidas. Por isso, procuramos uma empresa de TI”, afirma Salles, que é economista.

A Aptus já tinha em seu portfólio um sistema padrão para coleta de dados focado para uma visão gerencial. Vertoni alerta que as inovações também dependem da estrutura do empreendimento. “Nem sempre uma solução é perfeita se está num lugar sem infraestrutura. Algumas tecnologias não funcionariam”, avalia Vertoni.

Antes do novo sistema, a transmissão de dados das fichas de papel para os computadores do estaleiro demorava e ficava defasado em relação à coleta. Vertoni destaca que o estaleiro reúne muitos trabalhadores, atuando simultaneamente no mesmo local, com atividades diferentes e no mesmo produto. A coleta online e a transmissão de dados para o computador permite a reorganização das atividades do estaleiro caso algum processo não esteja ocorrendo da maneira ideal.

O estaleiro e a Aptus possuem outros projetos para melhoria na maneira de gerenciar produção. Após o gargalo da coleta de dados, eles estudam um sistema para fazer agendamentos de prioridades e evitar multas e a perda de prazos para obtenção de licenças, alvarás e certificados. Segundo Vertoni, a Aptus estuda como automatizar esse trâmite de documentos no estaleiro sem perder deadlines importantes. A ideia é que os documentos sejam armazenados numa base de dados e que o sistema tenha alertas para avisar sobre os prazos, conforme eles forem se aproximando. A previsão é que o sistema seja validado até o final de 2013.

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