"Não vai faltar aço para a indústria naval brasileira". A afirmação é do presidente da Usiminas, Wilson Brumer, feita nesta terça, no Palácio Guanabara, durante o anúncio de que a siderúrgica vai investir cerca de R$ 164 milhões para recuperar um dos maiores passivos ambientais do país, localizado no município de Itaguaí (RJ).
A siderúrgica, segundo ele, realizou investimentos e adquiriu tecnologia da Nipon Strell para atender o parque industrial naval, tubos de grandes diâmetros e o pré-sal.
- Vamos produzir produtos diferenciados que só a Usiminas possui - comentou, acrescentando que a siderurgia precisa, cada vez mais, praticar preços internacionais em função da logística inadequada do Brasil, além dos problemas de capital de giro e de assistência técnica - "é natural considerar um prêmio maior relativo aos preços internacionais".
Quanto à recuperação do passivo ambiental em Itaguaí, Brumer disse que, do total investido, R$ 72 milhões foram utilizados para a aquisição, em leilão em junho de 2008, da área que pertencia a massa falida da Ingá Mercantil naquele município, que pertencia a antiga Mineração Areiense S.A. (Masa), que processava zinco.
O restante, R$ 92 milhões, será destinado a recuperação da área. As obras têm duração prevista de 18 meses, segundo Brumer, que acrescentou que o terreno possui 850 mil m2 e a empresa já promoveu a remoção da antiga estrutura de galpões existentes no local. Também já desenvolveu o projeto executivo de engenharia par a recuperação ambiental, aprovado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em outubro do ano passado. Esta área é considerada como sendo um dos maiores passivos ambientais do país.
O processo de recuperação que a siderúrgica optou foi pelo método de encapsulamento geotécnico. Nesse processo, conforme explicou, a Usiminas confinará 2 milhões de toneladas de rejeitos em uma manta impermeável, que ficará retida no subsolo da área e será monitorada para evitar vazamentos. A área do confinamento é de cerca de 560 mil m2, o equivalente a 67 campos de futebol.
Brumer disse ainda que a Usiminas, além de dar fim aos rejeitos, também está promovendo outras ações ambientais para a comunidade. A siderúrgica já pavimentou 4 quilômetros de via urbana no bairro Somel, em Itaguaí, e negocia a recuperação de 12 hectares de Mata Atlântica e 6 hectares de mangue próximos à área do passivo. Está também previsto o plantio de árvores nativas que serão monitoradas pelos próximos três anos.
Fonte: Monitor Mercantil
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