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Usiminas responde por 40% das compras da Transpetro

A Usiminas fecha 2010 como a maior fornecedora individual de chapa grossa para os navios encomendados pela Transpetro aos estaleiros nacionais. A siderúrgica venceu a última licitação de compra de aço feita pela subsidiária da Petrobras, o que lhe valeu um contrato para entrega em dezembro de 4.427 toneladas do produto ao estaleiro Eisa, do Sinergy Group. O estaleiro vai usar o aço para construir o primeiro navio Aframax, com capacidade para 800 mil barris de petróleo.

Com essa encomenda, a Usiminas completa 20 mil toneladas de aço plano fornecidas à Transpetro este ano, 40% do total das 50 mil toneladas de aço licitadas de janeiro até agora pela estatal.

Do total de 150 mil toneladas de aço compradas para fabricação de navios até o momento, cerca de 30% a 35% foram adquiridas de usinas nacionais. O restante veio da China, Coreia do Sul e Ucrânia. O índice de nacionalização das embarcações está próximo de 70%, acima dos 65% exigidos nos contratos, informou o presidente da Transpetro, Sergio Machado.

A Usiminas, dentro da estratégia que vem adotando para inibir a entrada desenfreada de aço plano no Brasil, partindo para um enfrentamento do produto estrangeiro, que inclui até mesmo a abertura de um processo antidumping movido contra sete países, lançou esta semana no mercado - para cerca de 60 potenciais clientes - uma nova família de produtos de aço especial, a Sincron. Trata-se da produção de uma chapa grossa de alto valor agregado fabricada com tecnologia da Nippon Steel, sócia maior da siderúrgica, destinada a atender necessidades do pré-sal, informou Sergio Leite, vice-presidente de Negócios da companhia.

Os focos principais da nova linha de aço, com características únicas no Brasil, serão as indústrias naval e de óleo e gás. Os setores de construção civil e máquinas e equipamentos industriais também então entre os consumidores da linha Sincron, informa Leite. Ele prevê que entre 2011 e 2015 a Usiminas deverá atender a um mercado de 500 mil toneladas anuais da Sincron, correspondente a 33% do mercado de chapas grossas no país. O executivo estima que a primeira entrega comercial do novo produto deva ocorrer no segundo trimestre de 2011, destinada ou a um estaleiro ou a uma empresa fabricante de tubos gigantes para gasoduto.

A nova tecnologia da Nippon, baseada no resfriamento acelerado da chapa grossa, foi instalada na linha de produção da usina de Ipatinga (MG). O investimento foi de R$ 539 milhões. Leite disse que este número (as 500 mil toneladas anuais) poderá ser superado a partir de 2015. O preço do produto será superior ao da chapa grossa comum por conta da tecnologia empregada, que lhe dá alta resistência e elevada tenacidade, com um processo de soldagem que reduz em até 15% o tempo de fabricação de um navio, por exemplo.

Leite disse que a siderurgia nacional vive um momento delicado por conta dos altos estoques e das importações estimuladas pelo câmbio valorizado. Ele reconhece que o volume de importações voltou a subir em outubro, mas tem expectativa de que as medidas do governo possam reduzi-las a partir de janeiro e que o consumo aparente de chapa grossa nacional voltará, em 2011, aos níveis de 2008. "Vivemos hoje o risco da desindustrialização por conta da guerra cambial", alertou. Ele espera que o veredicto do processo de antidumping movido pela Usiminas com autorização do governo contra importações da Ucrânia, México, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Rússia, Espanha e Turquia seja conhecido até o fim do primeiro semestre do ano que vem.

(Fonte: Valor Econômico/Vera Saavedra Durão | De Rio/Colaborou Rafael Rosas)



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