O resultado da chamada pública da Finep e do BNDES para a seleção de planos de negócios voltados ao desenvolvimento de tecnologias e implantação de biorrefinarias foi divulgado nesta sexta-feira (29). O objetivo da iniciativa é promover a produção de combustíveis sustentáveis, incluindo combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis de navegação de baixo carbono. A ação conjunta mobilizará um total de R$ 6 bilhões em recursos, divididos igualmente entre as duas instituições.
Entre as 47 empresas selecionadas estão Acelen Energia Renovável S.A., Braskem S.A., Suzano Papel e Celulose S.A., e Usinas Itamarati S.A. Os projetos abrangem atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, engenharia, plantas piloto (semi-industrial e industrial), aquisição de máquinas e equipamentos, capital de giro e outras despesas essenciais à implementação dos empreendimentos.
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A estruturação dos Planos de Suporte Conjunto (PSC) será conduzida por um grupo de trabalho formado pela Finep e pelo BNDES, que poderão contar com representantes de órgãos como os ministérios de Minas e Energia (MME), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além de agências reguladoras e outros atores relevantes. O PSC definirá os instrumentos financeiros mais adequados a cada projeto, que poderão incluir crédito, subvenção (não reembolsável) ou participação acionária (equity).
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância dessa iniciativa para a liderança brasileira na transição energética global. "Essa chamada pública reforça nosso compromisso com a economia verde e a competitividade do setor de biocombustíveis, colocando o Brasil como protagonista na produção de SAF e combustíveis sustentáveis para navegação", declarou Alckmin.
De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, os combustíveis sustentáveis podem reduzir em até 94% as emissões de CO2 de setores como aviação e navegação, que juntos respondem por cerca de 5% das emissões globais de gases de efeito estufa. Já o presidente da Finep, Celso Pansera, ressaltou que o Brasil, como segundo maior produtor mundial de etanol e quarto maior de biodiesel, possui todas as condições para liderar essa transição, contribuindo para a redução de emissões globais de CO2, estimadas pelo IPCC em 840 milhões de toneladas anuais provenientes do transporte marítimo e outros 2% oriundos do transporte aéreo.