Navalshore 2024

Falta de ordenamento hidroviário no Amazonas é uma realidade que impacta operações e crescimento do setor

Painel de Segurança no primeiro dia da Navegistic Navalshore Amazônia pauta debate entre atores

Um dos poucos rios do mundo navegáveis por embarcações de pequeno a grande porte, o Amazonas hoje requer um ordenamento hidroviário que torne seguro o investimento crescente nessas operações. Somente em 2023, foi registrado um prejuízo de R$ 100 milhões fruto de roubo de mercadoria no segmento de combustível, que serve de base para alimentar o garimpo ilegal no rio Madeira.

Os dados da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani) levantam uma discussão crucial para operadores e investidores do segmento.

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“Precisamos do ordenamento que transforme esses rios navegáveis em hidrovias, para que possa dar segurança ao ribeirinho que depende das águas às operações que garantem, por exemplo, o abastecimento de cidades inteiras”, afirma o presidente da Abani, Dodó Cavalho.

Em 2023 foram registrados nove ataques nos rios do Amazonas sendo três consolidados como roubo de combustível, segundo informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM).

A partir do reposicionamento estratégico das três bases de operação fluvial da SSP e investimento em equipamentos de segurança para a Polícia Militar feito este ano, ainda não houve registro de ocorrências. “Estamos conseguindo não apenas combater o tráfico e os crimes de pirataria, mas também de biopirataria em todas as calhas de rio para levar segurança para as comunidades”, afirma o coronel Marcus Vinícius Oliveira de Almeida, secretário de Segurança Pública do Amazonas.
No entanto, a necessidade para cobertura de 25% da área navegável do Amazonas é de nove bases flutuantes e quatro terrestres, de acordo com o próprio secretário.

Insegurança climática

A insegurança pela falta de uma hidrovia na região afeta ainda o ponto estratégico para a região: a Zona Franca de Manaus. Em 2023, durante a seca histórica que afetou os rios da região, o abastecimento do Distrito Industrial de Manaus. Trinta e cinco empresas, das mais de cem instaladas no polo industrial, deram férias coletivas a 17 mil funcionários durante a estiagem.

“Não fosse o apoio da Transpetro, armador nacional, na operação com descarga de entre navios e balsa e embarcações, teria faltado combustível em Manaus”, afirmou Carvalho, durante o painel que discutiu a segurança no primeiro dia da feira da Navegistic Navalshore Amazônia. “Quem mais sofreu foi o distrito. Isso só ressalta a importância da navegação para o desenvolvimento da região”, completou.

Hoje, o Amazonas ostenta um PIB na faixa de R$ 120 bilhões, oriundo, principalmente do efeito ZFM. Para Jose Sandro da Mota Ribeiro, representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), a questão hidroviária deve ser tratada como prioritária pelo Governo Federal, uma vez que se insere dentro das premissas de desenvolvimento da região, previstas na lei de incentivo fiscal em que se baseia a Zona Franca de Manaus.
“A discussão da BR 319, que reativamos em 2019, não é mais importante do aquilo que já temos, de forma natural, que são os rios. Eles é que projetam tudo do interior para o mundo, para o mercado internacional”, afirmou.

A vantagem competitiva do modal aquaviário é um fator que torna o Brasil um país diferencial em questões logísticas, principalmente por suas dimensões continentais. É o que avalia Jones Soares, diretor de Transporte Marítimo da Transpetro. Durante o evento em Manaus (AM), ele reforçou que as questões de segurança interna das operações de transbordo, de padrões consolidados de uso de Equipamentos de Segurança (EPIs) são uma grande contribuição da estatal para as operações na região.



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