O empresário Washington Barbeito vai aproveitar a mudança de governo para apresentar ao novo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, a proposta de criação de uma ou mais companhias nacionais de navegação. Como o Brasil teve perda em transações correntes acima de US$ 80 bilhões, e o déficit de fretes anual é estimado em US$ 20 bilhões, Barbeito acha que a hora é essa.
Atualmente, todo o comércio – exceção feita a petróleo, minério e outras cargas operadas em altos volumes, como carvão – são movimentadas por contêineres. E o Brasil não conta com sequer um navio porta-contêineres nas rotas de importação e exportação do país. Embora respeite o trabalho dos armadores estrangeiros, Barbeito acha importante, não apenas do ponto de vista econômico, mas também estratégico, se ter a presença de empresários nacionais no segmento.
Bem no estilo Joaquim Levy, a proposta não envolve subsídios. O governo teria apenas de dar aos novos armadores isenções, como Inglaterra, França e Alemanha concedem aos armadores que ostentam seus pavilhões, para se ombrear com concorrentes registrados em paraísos fiscais.
O projeto se baseia em financiamento via leasing, de forma que, se um empresário tiver problemas na operação, os navios – como hoje ocorre com os aviões – poderão ser imediatamente repassados a outro interessado, sem perdas para o Fundo de Marinha Mercante.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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