O Porto de Santos atende a 16 dos 27 estados do Brasil, além do Distrito Federal. Para isso, as cargas com origem ou destino nessas regiões contam com rodovias, ferrovias e, principalmente, rios para seu transporte. Em relação à malha fluvial, o destaque fica por conta da Hidrovia Tietê-Paraná, via de navegação com uma extensão atual de 2,4 mil quilômetros, sendo 1,6 mil no Rio Paraná e 800 no Rio Tietê.
Esses dois rios têm percursos estratégicos para o comércio exterior. O Paraná tem seu leito navegável desde São Simão (Goiás) até a Usina do Itaipu (PR). Nesse trajeto, divide os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo e o Paraná do Paraguai. O Tietê o completa, nascendo no centro paulista e desaguando no próprio Paraná.
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Na cadeia de negócios do Porto de Santos, a hidrovia atende principalmente os produtores agrícolas dos estados da Região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e de parte de Minas Gerais, Rondônia e Tocantins.
A navegação na hidrovia é feita principalmente com eclusas, elevadores hidráulicos instalados ao lado das quedas dos rios, permitindo que um navio passe de um nível ao outro.
O transporte de cargas é feito por barcaças, que são balsas tradicionalmente sem sistema de propulsão. Nesses casos, há a necessidade de serem empurradas por rebocadores.
Esse meio de transporte se mostra estratégico para movimentar cargas em longas distâncias (superiores a 600 quilômetros). Nessas condições, comparado com rodovias e ferrovias, consome menos combustível e emite menos poluentes por tonelada movimentada por quilômetro percorrido – tem maior eficiência energética e é mais ecológica. Também apresenta menor ruído e registra um número inferior de acidentes.
Outra característica operacional da hidrovia é seu relativo baixo custo. Novamente considerando cada tonelada movimentada por cada quilômetro, seus gastos são aproximadamente a metade dos de uma ferrovia e quase um terço dos de uma rodovia.
Desde o início do século, a Hidrovia Tietê-Paraná mais que quintuplicou sua movimentação de cargas - principalmente soja, milho e açúcar para serem embarcadas em Santos. Em 2000, escoou um total de 1,7 milhão de toneladas. No ano passado, chegou a 8,74 milhões de toneladas.
Fonte: A Tribuna