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Maré negra fora de controle nos EUA

WASHINGTON - Uma semana depois do naufrágio de uma plataforma de petróleo no Golfo do México, o derramamento de óleo que se alastra na região pode se tornar o maior acidente ambiental da história norte-americana, superando até mesmo o vazamento do navio Exxon Valdez, no Alasca, em 1989, anunciaram quinta-feira especialistas. Se não for contido, o vazamento da empresa britânica British Petroleum (BP), ocorrido na costa da Louisiana, despejará milhões de litros de óleo cru no mar. Os temores se multiplicam pelo fato de que ainda não se sabe quando será possível controlar o vazamento de mais de 5 mil barris (800 mil litros), diariamente lançados no mar – uma estimativa cinco vezes maior do que a anunciada inicialmente.
Quinta-feira, o presidente americano Barack Obama determinou que se usem “todos os recursos disponíveis”, inclusive do Departamento de Defesa, para combater o vazamento provocado pela explosão da plataforma Deepwater Horizon que operava para a petroleira BP.
Em Baton Rouge, capital da Louisiana, o governador Bobby Jindal declarou estado de emergência, dizendo que a mancha já se aproxima da costa, ameaçando os recursos naturais do estado.
Segundo ecologistas, a maré negra pode provocar uma catástrofe ambiental de grandes proporções devido às particularidades da região, que concentra 40% dos pântanos costeiros americanos.
– Não bastará um punhado de voluntários para limpar as praias – alertou LuAnn White, diretora do Centro de Saúde Pública aplicada ao Meio Ambiente da Universidade de Tulane, em Nova Orleans.– Há quilômetros de pântanos costeiros, aos quais só se pode chegar de barco e que são muito delicados.
Em entrevista na Casa Branca, Janet Napolitano, secretária de Segurança Interna, descreveu o acidente como de “importância nacional”, designação que permite que recursos federais originalmente alocados para várias regiões sejam redirecionados para a área atingida. Napolitano viaja sexta-feira para a Louisiana para monitorar de perto a situação
– Nós vamos continuar a pressionar a BP para que nos apresente uma resposta contundente – informou Napolitano. – Continuaremos ajudando no que for necessário.
Solução
Para White, a experiência mostra que os incêndios controlados do petróleo derramado, iniciados quinta-feira pela BP, poderiam ser a melhor solução, dada a dificuldade de se limparem os pântanos costeiros que fervilham de vida. Alimentados pelos ricos sedimentos do Mississippi, a região serve de abrigo para diversas espécies de peixes, crustáceos e ostras. Além do mais, constituem uma importante base para as aves migratórias.
As tartarugas marinhas, crocodilos, golfinhos, baleias e outros animais também podem inalar ou ingerir o petróleo quando sobem à superfície para respirar ou se alimentar de presas já contaminadas, correndo o risco de sofrer inflamações, lesões internas ou outras complicações.
Além disso, embora o petróleo flutue na superfície, alguns hidrocarbonetos se depositam no fundo e criam um entorno tóxico que pode matar pequenos peixes, como os alevinos.
Sem esperar pela chegada da maré negra, criadores de camarões da Louisiana já entraram com um processo contra a BP, em que pedem uma indenização de US$5 milhões.
A Louisiana é, de longe, o maior produtor americano de camarões, que são criados em imensas fazendas costeiras.
>> Outros vazamentos desastrosos
1991
520 milhões de galões foram liberados propositalmente pelo governo iraquiano durante a primeira Guerra do Golfo, para impedir a invasão americana
1979
140 milhões de galões foram derramados por nove meses após a explosão de um poço na Baía de Campeche, na costa do México
1979
90 milhões de galões vazaram de um petroleiro grego depois da colisão com outro navio próximo à costa de Trindade
1983
80 milhões de galões vazaram no Golfo Pérsico por vários meses após um navio colidir com uma plataforma de perfuração
1989
11 milhões de galões foram derramados em Prince William Sound, no Alasca, no desastre da Exxon Valdez

Fonte: Jornal do Brasil


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