O Comando da Marinha resolveu transferir para a reserva os submarinos Timbira (S32) e Tapajó (S33), da classe alemã IKL-209/1400, disponibilizando-os para a venda a uma marinha estrangeira.
A decisão recebeu, na primeira quinzena do mês, o aval do Almirantado.
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De acordo com duas fontes navais (inclusive um almirante da reserva), a expectativa é que, no caso da exportação dos navios se concretizar, a Força fature um valor entre 250 e 300 milhões de dólares.
As Armadas da Polônia e do Peru são as que estão mais perto de ficar com os IKL da Força de Submarinos (ForSub) brasileira.
A 7 de junho deste ano – durante uma visita oficial do presidente Jair Bolsonaro a Buenos Aires –, o portal de notícias argentino Infobae noticiou que também os almirantes argentinos negociavam com a Marinha do Brasil (MB) a aquisição de até quatro IKLs, como forma de reativar a capacidade operacional do seu Comando de la Fuerza de Submarinos – que, desde o trágico desaparecimento do ARA San Juan, em novembro de 2017, se encontra, praticamente, inoperante.
Mas a esses militares falta, no momento, um mínimo de capacidade financeira para investir no negócio.
Nos últimos 13 meses, altas patentes navais argentinas visitaram, por duas vezes, as instalações do Comando da ForSub, na Ilha de Mocanguê (Baía de Guanabara).
A 29 de junho do ano passado desembarcou na Base Almirante Castro e Silva (BACS, sede da ForSub), o diretor-geral de Material da Armada Argentina, contra-almirante David Fabián Burden, que se fazia acompanhar pelo Adido Naval da Argentina, capitán de navio Juan Carlos Coré.
Os visitantes conheceram as instalações do Centro de Treinamento Tático, que abriga o Simulador de Periscópio (SimPer), e o Treinador de Imersão da Base.
A 17 de março deste ano a BACS recebeu o próprio Comandante da Armada Argentina, vice-almirante Marcelo Eduardo Hipólito Srur (que já não está mais no cargo), e sua comitiva.
O grupo acompanhou um adestramento no Treinador de Ataque (TA) – simulador destinado a habilitar os submarinistas nos procedimentos de ataque e operações secundárias –, conheceu o Centro de Treinamento Tático (CTT), dedicado ao aprimoramento de combate a bordo de um submarino, assistiu a um “mergulho” no Treinador de Imersão (TI) – utilizado para aperfeiçoar as técnicas de manobra em um navio Classe Tupi, e esteve no Centro Hiperbárico da BACS (referência na área de mergulho saturado no Brasil).
Nessa ocasião os argentinos estiveram a bordo do submarino Tapajó.
VIAGEM – A notícia de que a Marinha do Brasil (MB) não pensa em continuar com os seus atuais cinco submarinos IKL-209/1400 não é nova, e foi primeiro publicada no Poder Naval.
Ela vem sendo tratada em sigilo desde o fim de 2017, quando a diretoria-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha ainda era chefiada pelo atual ministro de Minas e Energia, almirante de esquadra Bento Albuquerque.
No tocante à Polônia, o assunto da comercialização dos IKLs pode ter novo impulso ainda neste semestre, durante as visitas de Estado que o presidente Jair Bolsonaro fará a Varsóvia e a Budapest (compromissos que o próprio chefe de governo brasileiro anunciou, a 18 do mês passado).
De acordo com uma nota da sexta-feira da semana passada (16.08), publicada pelo portal americano de assuntos militares Latinamerican Defence and News (LATAMilitary), também na Hungria Bolsonaro terá uma agenda militar a examinar. Nesse caso, a venda de dois a quatro jatos de transporte EMBRAER KC-390 à Magyar Légierö (Força Aérea Húngara).
Fonte: Poder Naval