A Marinha do Brasil, representada pelo Comando do 3º Distrito Naval, realizou ontem, no Porto do Mucuripe em Fortaleza, mais um exercício de defesa do local, denominado Deportex-NE. Desta vez, aconteceu uma simulação de abordagem de inspeção naval feita por militares a um navio da Capitania.
O exercício foi realizado por dois barcos da Capitania dos Portos, que simularam uma abordagem a outra embarcação que se aproximou da porto, mas não estava sendo aguardada pelo controle de tráfego do local nem respondia às mensagens de rádio e que, por isso, tornou-se "suspeita". A primeira providência tomada foi parar a embarcação sem identificação.
Em cada um dos barcos, dois fuzileiros fortemente armados estavam preparados para qualquer tipo de retaliação. Ao interceptar o barco "suspeito", especialistas fizeram uma inspeção naval completa.
Após a inspeção, eles também analisaram a documentação do barco e da tripulação. Além disso, verificaram as condições materiais e procuraram por qualquer tipo de explosivos, armas ou grupo inimigo.
Dependendo do que for constatado pelos especialistas, a embarcação pode ser liberada, se nada for encontrado. Poderá, ainda, ser retida se algo estiver errado. "Esses exercícios nos ajudam a estar bem preparados contra diversas ameaças que apareçam em águas brasileiras, como tráfico, terrorismo e também contrabando", declarou o capitão-de-mar-e-guerra, Alessandro Sá Cavalcante.
O principal perigo que a Marinha pode encontrar nesse tipo de abordagem, explicou, é a reação que os inimigos porventura venham a oferecer. Mas, lembrou, os fuzileiros estão preparados para surpresas.
Cavalcante comemorou a qualidade das atividades realizadas, desde a última segunda-feira. "Até agora, temos 48 horas de exercícios e inúmeras simulações. Tudo isso é importante para sabermos como estão os planos de ação de segurança do porto de Fortaleza", frisou.
Em todos os exercícios realizados, existem grupos de controle, que fazem parte do 3º Distrito Naval, para arbitrar todas as ações. Depois de analisar tudo, eles divulgam o resultado da operação; o de Fortaleza deve ser divulgado ainda hoje. "Estamos cientes do que fizemos aqui e acreditamos que fomos bem", acrescentou o capitão Alessandro Sá Cavalcante.
Até o momento, foram realizadas simulações de diversas ações, tais como: explosão de viatura; acidente envolvendo militar, que demandou a remoção para um hospital local; e tentativas de infiltração às instalações do porto dentro da área controlada pelas tropas.
Nas ações para a defesa do Porto do Mucuripe, estão sendo utilizados, pela Marinha, dois navios-patrulhas e também um aviso-patrulha, do Comando de Grupamento de Patrulha Naval do Nordeste.
Participam, ainda, cinco embarcações da Capitania dos Portos; tropa do Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal, composto por cerca de 120 militares; uma companhia do 23º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, composto por cerca de 90 militares; uma aeronave P-95 da Força Aérea Brasileira (FAB); Corpo de Bombeiros; Polícia Militar do Ceará e Agência Brasileira de Inteligência no Ceará (Abin-CE).
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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