O navio HB Tucunaré, da Hidrovias do Brasil, encalhou na Barra Norte do Rio Amazonas. O graneleiro seguia de Porto Trombetas para o Porto de Vila do Conde (PA), carregado com 74 mil toneladas de bauxita e com calado de 11,58 metros. A empresa confirmou que a embarcação encalhou no último domingo (13), nas proximidades do Canal do Curuá, em um banco de areia que não estava previsto em carta náutica. Em nota, a Hidrovias do Brasil informou que não houve nenhum dano à estrutura do navio e que já está em contato com as autoridades responsáveis para solucionar a questão de forma rápida e segura.
Portos e Navios apurou que o navio saiu de Porto Trombetas, com práticos a bordo, por volta de 11:30 da última sexta-feira (11), com destino a Vila do Conde (PA). Às 00:30 de domingo (13), os práticos desembarcaram em Macapá e o navio seguiu viagem, em trecho de praticagem facultativa, por cerca de 200 km, vindo a encalhar no canal do Curuá, cerca de 30 km da Ilha do Bailique. Especialistas estimam que navios desse porte têm capacidade para transportar em torno de 2,5 mil toneladas de óleo combustível.
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"A navegação no Rio Amazonas é extremamente perigosa, pois os bancos de areia se movimentam silenciosamente sob a superfície da água, gerando encalhes em áreas que antes eram seguras", avaliou a Portos e Navios uma fonte que trafega na região, mas prefere não ser identificada. Segundo ela, navios encalhados ficam sujeitos a grandes esforços de torção e ruptura, correndo risco de se entortarem, podendo até mesmo causar derramamento de óleo.
A empresa, que realiza operações com bauxita na região desde 2017, conta com dois navios com capacidade de 82 mil toneladas cada operando entre o Porto de Trombetas e o Porto de Vila do Conde — Tucunaré e Tambaqui, construídos no Estaleiro Ilha S/A (Eisa). Em 2016, a empresa adquiriu as duas embarcações da Log-In para atender a um contrato de longo prazo celebrado com a Alunorte para transporte da bauxita entre Porto Trombetas e Vila do Conde, no Pará. Esse trade tem capacidade de seis milhões de toneladas de bauxita por ano.