RIO - A Vale reviu mais uma vez a estimativa de investimento para o S11D, o maior projeto de minério de ferro da história da companhia, em Carajás, no Pará. A nova previsão de investimento no projeto é de US$ 14,4 bilhões, cerca de US$ 2 bilhões a menos do que havia sido previsto pela companhia no fim do ano passado.
A redução foi determinada em boa medida pela desvalorização do real frente ao dólar, uma vez que a maior parte dos gastos no S11D é feita em moeda nacional.
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A nova estimativa foi apresentada pela empresa a um grupo de analistas de bancos que está visitando nesta quarta e quinta o projeto, situado em Canaã dos Carajás, no Sudeste do Pará. O investimento de US$ 14,4 bilhões inclui mina, usina de beneficiamento e logística (ferrovia e porto).
No fim do ano passado, a Vale havia indicado, no encontro anual com investidores em Nova York, o Vale Day, que o investimento no projeto ficaria entre US$ 16 bilhões e US$ 17 bilhões. A estimativa original do S11D era ainda maior, de US$ 19,7 bilhões.
Até o fim do terceiro trimestre de 2015, a empresa já havia desembolsado no projeto US$ 8,4 bilhões. E na apresentação feita hoje a companhia indicou que até o fim deste ano o número terá chegado US$ 9,4 bilhões.
Há ainda US$ 2,6 bilhões a serem investidos no S11D em 2016 e mais US$ 1,6 bilhão em 2017, além de US$ 600 milhões em 2018 e US$ 200 milhões em 2019. Segundo a empresa, 90% dos investimentos futuros no S11D serão denominados em reais.
A desvalorização do real é benéfica para a Vale pois, como exportadora, a empresa tem as receitas vinculadas ao dólar. Ao mesmo tempo, grande parte dos gastos com investimentos são denominados em reais.
Segundo dados da Vale, as obras da mina e da planta de beneficiamento do S11D atingiram avanço físico de 75%, enquanto o ramal ferroviário em construção, para ligar o projeto à Estrada de Ferro de Carajás (EFC), está com 72% dos trabalhos concluídos. No porto, em São Luís do Maranhão, os trabalhos já passaram de 60%, de acordo com dados de setembro.
Segundo a Vale, o S11D está previsto para ser entregue não só abaixo do orçamento original, mas também dentro do prazo. O projeto deve entrar em operação no segundo semestre do ano que vem, mas a data precisa deve ser anunciada só no Vale Day, na Bolsa de Nova York, no começo de dezembro.
O S11D terá capacidade de produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano na Serra Sul de Carajás e a previsão é que a mina tenha vida útil de 30 anos.
O projeto tem reservas de 4,2 bilhões de toneladas de minério com teor de ferro médio de 66,7%. É um volume de reservas superior ao da Serra Norte, onde a Vale opera há 30 anos e existem 2,5 bilhões de toneladas de minério com o mesmo teor médio de ferro (66,7%).
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes